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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 14, 2013

Orlando Silva repudia Salva de Prata em homenagem à Rota




O vereador por São Paulo, Orlando Silva (PCdoB) discursou no Plenário da Câmara Municipal repudiando a atitude da Casa em homenagear à Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar). A concessão da Salva de Prata – uma das mais importantes homenagens é de iniciativa do vereador tucano Paulo Telhada.


A Rota existe há mais de um século, em 1951 o batalhão, com antigo nome de "Batalhão de Caçadores", foi batizado com o nome de Tobias de Aguiar, ficando então "Batalhão de Caçadores Tobias de Aguiar". A partir dos anos de chumbo, passou a ser mais conhecida como Rota, pois suas rondas ostensivas acabaram definindo a identidade e a imagem: unidade mais truculenta da Polícia Militar paulista.

Segundo Orlando, que não assinou a petição da homenagem, disse que a Casa tem que levar em consideração o conjunto da obra, a fundamentação do texto não foi contextualizado, disse o vereador comunista. Com isso, Orlando citou que naquela época, a história prova que o Estado que transformou o terrorismo numa política social e que não deu a liberdade para o povo lutar pela democracia. 

Para Orlando, a Rota representava um lado, uma visão da política, em que o Estado cerceou o direito à livre manifestação com a instituição do AI-5 (Ato Institucional de número cinco) que jogou na clandestinidade e na luta, várias lideranças.

O vereador repudiou ainda a agressividade que o texto retratou Carlos Lamarca e Carlos Marighella, dois líderes da luta pela democracia. Estes fatos do “passado heroico” da Rota foram escrito por Telhada que mencionou suas campanhas (já que ele foi comandante da Rota) contra grupos guerrilheiros que se levantaram contra a ditadura militar. Três parágrafos do documento fazem apologia a ações da Rota contra os que lutaram contra a ditadura civil-militar.




*carlosmaia

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