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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 19, 2014

O termo “amém” quando dito e repetido significa, concordar, e este “concordar” nunca é resultado de uma reflexão, mas de uma submissão

E o avesso é o correto?

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Por Ana Burke
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Quantas igrejas tem no seu bairro? E elas não pagam impostos enquanto escolas pagam, e clínicas também. Podemos observar que temos um único posto de saúde em todo o bairro, um único médico para toda uma comunidade, e dez vezes mais igrejas numa mesma rua. Será difícil para o tolo pensar ou se perguntar o porque desta discrepância? Será difícil abstrair da mente alguns questionamentos como por exemplo: O que estou fazendo com meus filhos? O que significa “ser evangelizado”?
Evangelizaram os índios e os destruíram como povo. Evangelizaram os africanos e até hoje eles sofrem as consequências desta evangelização, ou seja, miséria e destruição da sua cultura. Muitos povos e muitas culturas desapareceram do planeta com a contribuição efetiva dos homens enviados por Deus. A religião com mais adéptos tem maior poder de destruição e conta com maior número de pessoas completamente evangelizadas cujas mentes foram arduamente trabalhadas para discriminar outras culturas diferentes da sua. O processo de doutrinação para Deus é a mesmo processo no qual se impõe a outros aquilo que aprendemos como certo. Mas…o certo nunca pode ser imposto ou não é certo. Difícil pensar? Sim? Evangelizar para Deus é o mesmo que doutrinar para a morte.
Religiões têm o poder de transformar o “SER”, aquele que “É”, nasce perfeito, em algo amorfo, sem vida, sem personalidade e sem vontade própria. Repetir sempre améééém…bééééé…nunca encheu a barriga de um miserável ou mudou alguma coisa pra melhor na sociedade. O termo “amém” quando dito e repetido significa, concordar, e este “concordar” nunca é resultado de uma reflexão, mas de uma submissão e o submisso não decide e aceita sem pensar: É bom? É ruim? Bom ou ruim pra quem? É verdade ou estou sendo usado(a)? Existem interesses por trás?
Seja feliz…pense.
*A.Burke

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