Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 26, 2014

GRINGO ADORA ALCKIMIN PSDB Sabesp: Festa em Nova Iorque, seca em SP

sabesp ny

Sabesp: Festa em Nova Iorque, seca em SP

Sem investir e planejar, a companhia que secou o maior sistema de abastecimento do estado neste ano, em 2012 comemorava os R$4,3 bilhões em lucros distribuídos aos acionistas deNova Iorque; confira o vídeo da festa 
Por Redação 
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) culpa o clima pelo o que já é considerada a maior crise de abastecimento da história de São Paulo. Desde o início do ano, quando o volume dos reservatórios começou a diminuir, que técnicos e especialistas vem alertando que a Sabesp já sabia dos riscos de uma estiagem e que a falta de água que assola o estado agora é resultado direto da falta de planejamento.
Em 2012, no entanto, ano em que a companhia já sabia de todos os riscos de uma mudança climática, foram distribuídos R$4,3 bilhões em lucros aos acionistas de norte-americanos. Em um vídeo da própria Sabesp, é possível ver a presidenta Dilma Pena, Andrea Calabi (secretário estadual da Fazenda no governo Alckmin e conselheiro da companhia) e membros da diretoria comemorando os “resultados positivos” junto aos acionistas na bolsa de Nova Iorque, com direito a fotos, aplausos e banquete.
O vídeo foi gravado em maio. No mesmo ano, a Sabesp enviou aos investidores da bolsa norte-americana um relatório que apontava os riscos que eles corriam de ter seus lucros diminuídos uma vez que a seca para esse ano já era prevista. Desde então, nenhum investimento de grande impacto foi feito em São Paulo, por parte da estatal, para evitar o colapso que o estado vive agora.
Os lucros distribuídos aos acionistas naquele ano, de aproximadamente R$4,3 bilhões ultrapassam, inclusive, a ajuda que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pediu à presidenta Dilma Rousseff, no início deste mês, para salvar São Paulo da crise hídrica: R$3,5 bilhões.
Foto: Reprodução/Youtube 
*spressosp
*CibéliaPires

Nenhum comentário:

Postar um comentário