Refinaria Abreu Lima entra em operação, mas grande imprensa esconde a boa nova
Enquanto a mídia se perde em comentários superficiais sobre o próximo aumento da gasolina, nenhum destaque foi dado à entrada em operação da Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco.
Foto: Acervo Petrobrás
Por Emanuel Cancella*
Trata-se da primeira refinaria construída no Brasil nos últimos 40 anos. A licença ambiental foi liberada em 3 de novembro. Nos próximos meses a previsão é de que estará abastecendo cerca de 20% das necessidades de óleo diesel do país. O Brasil hoje importa 10 bilhões de litros de óleo diesel.
Com sua indecente parcialidade, a “grande imprensa” está tentando esconder essa importante conquista. A construção das novas refinarias, em andamento, permitirá ao Brasil reduzir a importação de óleo e gasolina, com impacto direto no preço final desses produtos.
A atitude dos jornalões, revistas e canais de TV controlados por meia dúzia de famílias lembra a polêmica declaração do ex-ministro da Fazenda no governo FHC, Rubens Ricupero. Flagrado nos bastidores por um microfone aberto, durante entrevista ao jornalista Carlos Monford, da TV Globo, Ricupero soltou essa: “O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.
Quanto o assunto é a Petrobrás, o que essa imprensa vergonhosamente partidarizada faz é exatamente o contrário: divulga e até inventa o que é ruim e “varre para baixo do tapete” – teria sido essa a expressão usada por Ricupero, na época – tudo o que companhia faz de bom. Em breve estarão em operação as refinarias do Ceará, do Maranhão e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro.
A conta-petróleo é um dos empecilhos para o crescimento do PIB. Com o aumento do consumo nos últimos anos, o país teve que importar gasolina. A Petrobrás acabou comprando mais caro e repassando o produto para o mercado interno com subsídio, gerando déficit. A construção das refinarias livrará o Brasil da dependência das importações.
Sendo o governo acionista majoritário da Petrobrás, a presidente Dilma justificou essa dicotomia - comprar mais caro e vender mais barato para o público interno – com base em dois argumentos: 1) Não onerar o consumidor; 2) Controlar a inflação.
Aliás, quem empurrou o Brasil para maior dependência da importação de derivados do petróleo foram os governos Fernando Collor e Fernando Henrique, ao sucatearem e privatizarem a nossa indústria petroquímica, antes controlada pelo capital nacional. Os governos Lula e Dilma tentam reverter isso. Com a construção das refinarias e reerguendo o setor petroquímico, o Brasil está mudando. Para melhor.
*Emanuel Cancella é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
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