Trechos de um editorial do Globo sobre o porto Mariel, um dos temas mais usados por Aécio em sua campanha:
“A reconstrução do porto se tornou boa oportunidade de negócio para empresas brasileiras.
Cuba não conta com variedade significante de matérias-primas e nem é um país industrializado. Mas tem uma posição geográfica privilegiada, que, no futuro será de grande importância. Mariel é o porto caribenho mais próximo da Flórida e se encontra a apenas 45 quilômetros de Havana, capital de Cuba, que concentra mais de 20% da população do país.
O investimento no porto é de quase US$ 1 bilhão e só faz sentido porque em torno dele surgirá uma zona econômica especial, voltada basicamente para exportações. O Brasil tem uma participação ainda pouco significativa nos mercados caribenho e da América Central.
Mariel é um caminho para que empresas brasileiras se instalem nessa zona econômica especial e processem produtos destinados a esses mercados, especialmente os de alta tecnologia, que utilizarão muitos insumos inexistentes em Cuba.
As obras no porto são basicamente financiadas pelo BNDES. Do orçamento inicial de US$ 957 milhões, US$ 802 milhões foram financiados pelo Brasil. No entanto, desse valor, o equivalente a US$ 800 milhões foram gastos na contratação de serviços e de equipamentos produzidos no Brasil, o que gerou cerca de 20 mil empregos no país, sem contar com os postos de trabalho criados em Cuba.
A modernização e ampliação de Mariel estão ocorrendo conforme o previsto, o que levou o Brasil a negociar a liberação de mais um financiamento de US$ 200 milhões para Cuba.
O porto responde pela maior parte do total de financiamentos (US$ 1,6 bilhão) concedidos pelo Brasil a Cuba. A pergunta é se não há risco de calote. Mesmo com todos seus problemas, Cuba permanece em dia com o Brasil, e no caso específico de Mariel, houve a preocupação de vincular os pagamentos diretamente às receitas obtidas pelo porto.
*DCM
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