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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 11, 2014

Janio de Freitas denuncia banda podre da PF

 Miguel do Rosário
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Em sua coluna de hoje, Janio de Freitas, um dos últimos colunistas que mantém independência da opinião do veículo, denuncia que a PF participou de uma armação para prejudicar o PT, às vésperas da eleição.
Trata-se do dinheiro encontrado com três passageiros, num táxi aéreo de Brasília. A operação teria sido combinada com a imprensa e a TV. Foram divulgadas fotos e se deu destaque ao fato de um dos passageiros ter trabalhado na campanha de Fernando Pimentel, candidato vencedor ao governo de Minas.
Freitas pergunta: e aí? O que aconteceu? Havia alguma ilegalidade ou não?
Ao que parece, não houve nenhuma ilegalidade, mas limpar o nome das pessoas não parece despertar o interesse da PF.
Freitas lembra então vários casos similares, como o Lunus, que derrubou a candidatura de Roseana Sarney e levantou Serra. Lembrou também dos “aloprados”, em que também houve uma combinação com a imprensa e a TV, às vésperas da eleição.
Por fim, Freitas faz a pergunta que não quer calar: de quem era o jatinho que matou Eduardo Campos?
O PSB dizia que iria incluir o jatinho na prestação final de contas à Justiça Eleitoral.
Não o fez.
O jatinho continua sem dono, sem seguro, sem caixa preta, sem prestação eleitoral, sem nada.
Continua mais fantasmagórico do que nunca.
Ora, o jatinho respondeu pelo fato mais traumático das eleições presidenciais deste ano. Não é possível que não se faça uma investigação mais profunda sobre ele.
Com a palavra, o silencioso e sumido ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que mais parece ministro da Justiça do derrotado Aécio Neves do que de Dilma.
A coluna de Janio de Freitas pode ser lida aqui.
*Tijolaço

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