Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 04, 2015

"BETO RICHA NÃO TEM MAIS CONDIÇÕES DE GOVERNAR"

:
Em entrevista ao 247, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que acompanhou, da Assembleia Legislativa, o massacre promovido pela Polícia Militar do Paraná contra os professores, que deixou cerca de 200 feridos, afirma que o governador tucano Beto Richa perdeu as condições de governabilidade; "o clima é de indignação absoluta e de revolta no Paraná", afirma Requião; segundo o senador, Richa só se mantém no cargo graças ao apoio da imprensa paranaense e nacional; "como é que chamam de isso de confronto? era um elefante contra uma formiga"; Requião diz ainda que o Paraná foi tomado por uma "quadrilha", que elevou repasses das empresas estatais para acionistas privados, enquanto assalta os professores


Paraná 247 - O senador Roberto Requião (PMDB-PR), que acompanhou, de dentro da Assembleia Legislativa, a repressão promovida pela Polícia Militar do governador Beto Richa, do PSDB, contra os professores estaduais, descreveu, ao 247, o que presenciou.
– Foi um massacre. Uma violência absurda contra idosos, mulheres, jovens... Aqui, em Curitiba, o sentimento é de indignação, perplexidade e revolta.
Requião foi à Assembleia, acompanhado da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ambos tentaram convencer os parlamentares a não votar o pacote fiscal de Richa, que confisca R$ 2 bilhões da previdência dos servidores para tapar rombos no orçamento.
– Esse parlamento envergonhou o Paraná. Todos se venderam ao Beto. Votaram em troca de emendas e de pequenas benesses em suas localidades.
Segundo Requião, embora Richa tenha conseguido aprovar o pacote, ele perdeu as condições morais de permanecer no cargo.
– Não tem a menor condição de governar. Antes desse massacre, a rejeição dele já era de 80%. Agora, vai bater no teto.
O senador diz que Richa só se mantém no cargo graças ao apoio quase absoluto da imprensa paranaense, que se replica também em veículos nacionais.
– Como é que chamam de confronto um massacre que deixa 200 feridos? Era um elefante contra uma formiga.
O parlamentar diz, ainda, que o Paraná foi tomado por uma "quadrilha".
– O Beto elevou a distribuição de dividendos das estatais, como Copel e Sanepar, para os sócios privados e esmagou os professores. 
O que fazer diante desse quadro?
Segundo ele, agora os parlamentares pedirão um posicionamento do Ministério da Previdência sobre o confisco de R$ 2 bilhões dos fundos dos servidores.
Requião avalia que, depois do massacre deste 29 de abril, os professores dificilmente retomarão as aulas no Paraná.

Nenhum comentário:

Postar um comentário