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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 08, 2015

Comemorar-se o 70ª aniversário da Grande Guerra Patriótica, desejo fazer constar nossa profunda admiração pelo heroico povo soviético que prestou à humanidade um colossal serviço.

Fidel Castro: Nosso direito de sermos marxistas-leninistas

Depois de amanhã, 9 de maio, se comemorará o 70º aniversário da Grande Guerra Patriótica. Dada à diferença de horário, quando elaboro estas linhas, os soldados e oficiais do Exército da Federação Russa estarão, cheios de orgulho, desfilando na Praça Vermelha de Moscou com os rápidos e marciais passos que os caracterizam.

Lênin foi um genial estrategista revolucionário que não vacilou em assumir as ideias de Marx e levá-las a cabo em um país imenso e somente em parte industrializado, cujo partido proletário se converteu no mais radical e audaz do planeta depois da maior matança que o capitalismo havia promovido no mundo, onde pela primeira vez os tanques, as armas automáticas, a aviação e os gases asfixiantes apareceram nas guerras, e até um famoso canhão capaz de lançar um pesado projétil a mais de cem quilômetros participou na sangrenta contenda. 

Daquela matança surgiu a Liga das Nações, uma instituição que devia preservar a paz e não conseguiu sequer impedir o avanço acelerado do colonialismo na África, grande parte da Ásia, Oceania, Caribe, Canadá, e um grosseiro neocolonialismo na América Latina.


Apenas 20 anos depois, outra espantosa guerra mundial foi desencadeada na Europa, cujo preâmbulo foi a Guerra Civil na Espanha, iniciada em 1936. Depois da esmagadora derrota nazista, as nações depositaram suas esperanças na Organização das Nações Unidas, que se esforça para criar a cooperação que ponha fim às agressões e às guerras, onde os países possam preservar a paz, o desenvolvimento e a cooperação pacífica dos Estados grandes e pequenos, ricos ou pobres do planeta.
Milhões de cientistas poderiam, entre outras tarefas, incrementar as possibilidades de sobrevivência da espécie humana, já ameaçada com a escassez de água e alimentos para bilhões de pessoas em um breve lapso de tempo.

Já somos 7 bilhões e 300 milhões de habitantes no planeta. No ano de 1.800 havia apenas 978 milhões; este número se elevou a 6 bilhões e 70 milhões no ano 2.000; e em 2.050, segundo cálculos conservadores, haverá 10 bilhões.

Agora, menciona-se que chegam à Europa Ocidental embarcações repletas de emigrantes que são transportados em qualquer objeto que flutue, um rio de emigrantes africanos, do continente colonizado pelos europeus durante centenas de anos.

Há 23 anos, em uma Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, expressei: “Uma importante espécie biológica está em risco de desaparecer pela rápida e progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem”. Não sabia então quanto estávamos próximos disso.

Soldados do Exército Vermelho depõem armas e brasões da Alemanha Nazista
na Parada da Vitória em 1945, em Moscou. (Arquivo histórico)
Ao comemorar-se o 70ª aniversário da Grande Guerra Patriótica, desejo fazer constar nossa profunda admiração pelo heroico povo soviético que prestou à humanidade um colossal serviço.

Hoje é possível a sólida aliança entre os povos da Federação Russa e o Estado de mais rápido avanço econômico do mundo: a República Popular da China; ambos os países com sua estreita cooperação, sua avançada ciência e seus poderosos exércitos e valentes soldados constituem um escudo poderoso da paz e da segurança mundial, a fim de que a vida de nossa espécie possa ser preservada.

A saúde física e mental e o espírito de solidariedade são normas que devem prevalecer, ou o destino do ser humano, este que conhecemos, se perderá para sempre.

Os 27 milhões de soviéticos que morreram na Grande Guerra Patriótica, o fizeram também pela humanidade e pelo direito de pensar e de ser socialistas, ser marxistas-leninistas, ser comunistas, e de sair da pré-história. 

Fidel Castro Ruz

7 de maio de 2015, às 22h14.

Fonte: Granma.

Tradução de José Reinaldo Carvalho, editor do Portal Vermelho.

Em carta, Fidel Castro presta tributo a soldados soviéticos nos 70 anos do "Dia da Vitória"

Encerramento do I Congresso do Partido Comunista de Cuba.
Havana, 22 de dezembro de 1975. Foto: revista Bohemia.


O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, publicou uma carta intitulada “Nosso direito de ser Marxistas-Leninistas” nesta sexta-feira (08/05) em homenagem aos soldados soviéticos no aniversário de 70 anos do "Dia da Vitória”, que será celebrado na Praça Vermelha de Moscou, capital russa, no sábado (09/05).

No texto, Castro expressou “profunda admiração pelo heroico povo soviético que prestou à humanidade um serviço colossal”, após a vitória do Exército Vermelho da União Soviética contra a Alemanha nazista que se estendia para além da Europa, resultando no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Segundo o ex-presidente, os 27 milhões de soviéticos que morreram no conflito também atuaram “pelo direito de pensar e de ser socialista, ser marxista-leninista, ser comunista e sair da pré-história”.
Sobre Lênin, Fidel ressalta que o russo foi “um genial estrategista revolucionário que não vacilou em assumir as ideias de Marx e levá-las a cabo em um país imenso e industrializado em partes, cujo partido proletário se converteu no mais radical e audaz do planeta diante da maior matança que o capitalismo havia promovido no mundo”.

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