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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 04, 2015

Putin confirma fundo de US$ 100 bilhões para BRICS


247 - O presidente russo, Vladimir Putin, ratificou neste sábado o acordo para criar o fundo comum de reservas dos países emergentes BRICS, assinado em julho por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"O acordo para a criação de um fundo comum de reservas de câmbio dos países BRICS foi ratificado", informa documento do Kremlin, citado pela agência de notícias russa RIA Novosti.  O fundo terá 100 bilhões de dólares (89,2 bilhões de euros), segundo garante o acordo firmado pelos cinco países do grupo em Fortaleza, Brasil, no dia 15 de julho de 2014.
A Rússia prometeu destinar 18 bilhões de dólares, assim como Índia e Brasil, ainda que longe dos 41 bilhões prometidos pela China. A África do Sul completará o fundo com 5 bilhões de dólares.
 
Segundo a declaração final assinada pelos BRICS em Fortaleza, estes 100 bilhões de dólares lhes permitirão evitar "as pressões a curto prazo de liquidez" e "promover uma maior cooperação" entre eles.
Moscou considera este fundo como uma alternativa às instituições financeiras internacionais dominadas pelos Estados Unidos, país com o qual a Rússia vive fortes tensões desde o início da crise ucraniana.
 
Os BRICS, que representam 40% da população e um quinto do PIB do planeta, também firmaram em julho um acordo para criar seu próprio banco, colocando a primeira pedra de uma nova arquitetura financeira que pretende minar a hegemonia ocidental.
Este novo banco, cuja sede será em Xangai e que é destinado a financiar as grandes obras de infraestrutura, terá um capital inicial de 50 bilhões de dólares.

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