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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 04, 2015

Racismo e a violência policial em Israel. Dezenas de pessoas ficaram feridas e pelo menos 26 foram detidas.


Manifestação de judeus etíopes contra o racismo e a violência policial em Tel Aviv

Manifestação contra o racismo e a brutalidade policial em Israel deixa dezenas de feridos

© AP Photo/ Jack Guez

Manifestantes e forças de segurança entraram em confronto neste domingo, em Tel Aviv, durante um protesto de judeus etíopes contra o racismo e a violência policial em Israel. Dezenas de pessoas ficaram feridas e pelo menos 26 foram detidas.
Agências de notícia estrangeiras afirmam que as autoridades teriam utilizado bombas de efeito moral, gás de pimenta e canhões d'água para dispersar a multidão, que respondeu com pedras, garrafas e cadeiras retiradas de restaurantes das proximidades. 
De acordo com o ministro de Segurança Interna, Yitzhak Aharonovitch, a falta de uma liderança entre os manifestantes dificulta qualquer tentativa de diálogo.  
Os protestos deste domingo foram motivados pela publicação de um vídeo na internet, nesta semana, mostrando um soldado de origem etíope sendo agredido por dois policiais israelenses, em mais uma demonstração de racismo e brutalidade policial, segundo os manifestantes. 
Através de um comunicado oficial, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que irá se reunir com representantes da comunidade etíope e com o homem espancado para discutir uma solução. Mas disse que não há espaço para tumultos como esse no país. 
Em entrevistas televisivas, ativistas disseram que lugar de policial violento é na cadeia e exigiram que as autoridades tomem alguma atitude concreta antes que Baltimore chegue a Israel, fazendo referência aos distúrbios que tomaram conta da cidade norte-americana nos últimos dias, também motivados por protestos contra a violência policial e contra o racismo. 


Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150503/923563.html#ixzz3ZCvrYzHX

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