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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 26, 2011

Família de JK desmente versão de Kassab


Prefeito disse que tratara do uso das iniciais com filha de ex-presidente, mas família nega e desautoriza utilização

Vannildo Mendes e Roberto Almeida – O Estado de S.Paulo

A família do ex-presidente Juscelino Kubitschek desautorizou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a usar a marca JK como símbolo de seu Partido Social Democrático (PSD). Na quinta-feira, Kassab havia dito que conversara com Maria Estela Kubitschek Lopes, filha do ex-presidente. “Falei com a filha do Juscelino. Caso tudo dê certo, disse que iríamos consultá-la para ver se a família liberaria a marca”, afirmou. Ontem, em nota, Maria Estela disse que “não é verdade”.
Em nome da família e do Memorial JK, do qual é presidente, a empresária Anna Christina Kubitschek Pereira, neta de Juscelino e sobrinha de Maria Estela, anunciou que vai entrar na Justiça para barrar os planos de Kassab. Ela considerou a atitude uma “deselegância” e uma “apropriação indébita” de imagem. “JK é patrimônio do Brasil e dos brasileiros. Seu nome não pode ser usado sem o prévio consentimento da família, muito menos sem aprovação do Conselho do Memorial.” Ela repudiou “a maneira inadequada” com que Kassab “se apropriou da sigla” para “nominar sua rede social”.
Maria Estela também criticou Kassab. “O prefeito jamais tratou desse assunto comigo. Se o tivesse feito, eu teria tido a oportunidade de manifestar a minha discordância. A memória de JK não pode ser usada para fins menores da política.”
Ontem, Kassab emitiu nota dizendo que a criação do PSD é uma “homenagem a Juscelino Kubitschek” e que o registro do domínio www.jk.com.br foi feito “para evitar ações oportunistas”. “Essa providência e o seu caráter de preservação do domínio foi comunicada à família Kubitschek e ao administrador da Casa Juscelino Kubitschek, Serafim Jardim. Não há a menor hipótese de utilização desse domínio sem autorização expressa da família.”
*Luis Favre

Neta de Juscelino ameaça processar KaKassab

Neta do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Anna Christina Kubitschek Barbará Pereira não gostou nem um pouco de o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ter registrado como dele o domínio na internet www.jk.org.br.

Anna Chistina distribuiu a seguinte nota em Brasília:
JK é patrimônio do Brasil e dos brasileiros. Seu nome pertence à história da democracia nacional e não pode ser usado sem o prévio consentimento da família Kubitschek e muito menos sem aprovação do Conselho do Memorial JK. Deste modo, em nome da minha família e do Conselho do Memorial que eu presido, repudio a maneira inadequada com que o prefeito Gilberto Kassab se apropriou da sigla do meu avô, Juscelino Kubitschek, para nominar sua rede social. Informo ainda que providências legais serão tomadas para coibir este tipo de política que, um verdadeiro democrata jamais ousaria praticar.
Em tempo: o “Pereira” da neta de Juscelino vem de seu marido, Paulo Octavio Alves Pereira.
Trata-se do Paulo Octavio que foi vice-governador de Brasília, pelo DEM, mas renunciou junto com o então governador José Roberto Arruda devido ao escândalo resultante da Operação Pandora.

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