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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 21, 2011

Brasil doa US$ 500 mil para ajuda humanitária no Japão


Chanceler brasileiro anuncia doação de US$ 500 mil ao Japão. Foto: Antonio Cruz/ABr/Arquivo
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, anunciou que o governo brasileiro doará US$ 500 mil para tornar viável atividades humanitárias de atendimento emergencial à população atingida pelo terremoto e tsunami ocorridos em 11 de março. Segundo a assessoria do Itamaraty, por indicação do governo japonês, os recursos serão destinados à Cruz Vermelha daquele país, que os utilizará para a aquisição de suprimentos de primeira necessidade, como alimentos, água, medicamentos, artigos de vestuário e abrigos provisórios.
Em telefonema ao ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Takeaki Matsumoto, Patriota renovou a solidariedade e as condolências do povo e do governo brasileiros pelas perdas humanas causadas pelo abalo sísmico. O chanceler japonês agradeceu o apoio e, principalmente, a serenidade com que o governo do Brasil e a comunidade brasileira no Japão vêm enfrentando este momento difícil.
O Ministério das Relações Exteriores está trabalhando prioritariamente para atender às necessidades dos cidadãos brasileiros no Japão residentes nas áreas afetadas. Foi realizado consulado itinerante em Joso, província de Ibaraki, para averiguar as condições da comunidade brasileira e emissão de passaportes. Nova missão à província de Miyagi está em curso neste momento.
A Embaixada do Brasil, bem como os Consulados-Gerais em Tóquio, Nagóia e Hamamatsu trabalharam em esquema de plantão durante o último fim de semana e hoje (21/3), mesmo sendo feriado nacional no Japão, para resposta a mensagens eletrônicas e telefonemas. Em Tóquio, o consulado permaneceu aberto exclusivamente para a emissão de passaportes.
*planalto

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