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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 06, 2012

Aécio Never, o defensor dos fracos tucanos

 

Aécio pede “serenidade” no tratamento de denúncias contra Perillo

As provas que ligam o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ainda não convenceram o senador tucano Aécio Neves. Nesta segunda (4), Aécio agiu como advogado de defesa de Perillo e afirmou que o PSDB precisa ter "serenidade de dar o voto de confiança" ao governador de Goiás.

Aécio diz que governador merece crédito por sua trajetória no PSDB e que "não é agradável para ninguém ver um companheiro sofrendo esse tipo de ataque".

"Até agora, em todas as denúncias surgidas, ele [Perillo] tem sido enfático e firme nas suas explicações. E terá oportunidade para prestar todos os esclarecimentos. Vamos aguardar", afirmou.

Ao citar os “supostos ataques” que estariam vitimando Perillo, o senador tucano está se referindo às investigações da Polícia Federal, que através da Operação Monte Carlo, apontam “indícios veementes” – palavras do delegado da Polícia Federal Matheus Mela – da ligação do governador com Cachoeira.

Ele é acusado de ter recebido R$ 1,4 milhão de empresas ligadas a Cachoeira pela venda de uma casa e de ter nomeado funcionários a pedido do empresário, que está preso desde fevereiro sob acusação de comandar um esquema de jogo ilegal. A ex-chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves, também é acusada de repassar informações sigilosas de operações policiais a políticos goianos.

Demóstenes

Aécio demonstrou a mesma “serenidade” e compaixão ao tratar sobre a cassação de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Para o tucano, deve-se aguardar o tempo certo. "Tenho que respeitar o tempo normal e não cabe a mim antecipar isso, mas vocês em um momento certo saberão meu voto."

Demóstenes responde a um processo no Conselho de Ética por quebra de decoro e é também alvo de inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que solicitou a quebra de seu sigilo bancário por suas ligações com Cachoeira.

Depoimento

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações do contraventor goiano Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, ouvirá o depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no próximo dia 12 de junho.

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