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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 21, 2012

Brasil e China fecham acordo de swap em moeda local




RIO DE JANEIRO, 21 Jun (Reuters) - O Brasil e a China, seu maior parceiro comercial, decidiram criar um mecanismo bilateral de swap de moeda local entre seus bancos centrais para facilitar a tomada de crédito para investimentos dos dois países.
O acerto ocorreu em reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, nesta quinta-feira. Foram assinadas, na ocasião, diversas iniciativas para uma cooperação mais estreita entre os dois países de olho em incrementar o comércio e os investimentos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que a operação terá os valores máximos equivalentes de 60 bilhões de reais para os chineses e de 190 bilhões de iuanes para os brasileiros.
Segundo ele, esse valor poderá ser sacado pelos dois países de seus respectivos bancos centrais.
O objetivo, ainda de acordo com Mantega, é tornar esse mecanismo de swap um contraponto às dificuldades de financiamento que ocorrem neste momento de turbulência no exterior.
"Com a falta de crédito internacional, teremos crédito para apoiar as nossas transações", disse Mantega, afirmando que o mecanismo deve entrar em vigor nas próximas semanas.
O ministro afirmou também que, dependendo do caso, os swaps de moeda local poderão ser convertidos em dólar.
Essa parceria creditícia entre Brasil e China ocorre em um momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff tenta diversificar as exportações de bens manufaturados e não ficar limitado à venda, em grande parte, de commodities.
"O mercado chinês se transformará em um dos grandes mercados consumidores do mundo e poderá consumir além de commodities brasileiras, produtos manufaturados", afirmou o ministro da Fazenda.
ESTÍMULO AO CONSUMO
Mantega aproveitou ainda o anúncio dos detalhes do acordo para afirmar que o governo não está pensando em prorrogar a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para a linha branca.
Ele estimulou os consumidores a aproveitar os últimos dias da redução do tributo, que acaba em 30 de junho.
O benefício abrange móveis, fogões de cozinha, refrigeradores, lavadoras de roupa, tanquinho e itens de decoração.
*Terra

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