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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 20, 2012

Os exércitos de Irã, Rússia, China e Síria se reúnem nas próximas semanas para o maior exercício militar conjunto já realizado no Oriente Médio

Demonstração de força

Os exércitos de Irã, Rússia, China e Síria se reúnem nas próximas semanas para o maior exercício militar conjunto já realizado no Oriente Médio
Baby Siqueira Abrão*
Correspondente no Oriente Médio
E lá vamos nós, mostrar pros xerifes do mundo que ainda podemos chamar o ladrão...
As investidas de Estados Unidos, Israel e OTAN contra a Síria e o Irã parecem ter esgotado a paciência das potências mundiais que estão do “outro lado” no espectro político mundial.
Porta-aviões e lança-mísseis Almirante Kusnetzov
Depois de resistir ao assédio de estadunidenses e israelenses, que defendem ações militares na Síria e no Irã – mais ou menos nos moldes daquelas que a OTAN fez para destruir a Líbia e que ainda custa a vida de milhares de civis – Rússia e China decidiram dar demonstrações de força. E para isso nada melhor do que unir-se a dois dos países que, no Oriente Médio, não se colocam sob as ordens dos Estados Unidos – e que são penalizados por isso, com sanções ao Irã e desestabilização política, social e econômica na Síria, palco de massacres que comovem e revoltam o mundo.
Destróier anti-submarino  e lança-mísseis russo Sovremenny
Se as potências ocidentais tomarem a Síria e o Irã, China e Rússia sabem que serão os próximos alvos. Ao menos é esse o roteiro traçado pelos serviços secretos de EUA e Israel muito antes da chamada Guerra ao Terror, cujo lançamento oficial aconteceu dias depois da queda das torres gêmeas e da torre 7 do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. E ao menos é essa a informação repassada por ex-funcionários graduados da CIA e analistas políticos com acesso a fontes importantes dentro das agências de inteligência do Ocidente.
Porta-aviões passando pelo Canal de Suez
Os exercícios militares (wargames) dos quatro países orientais acontecerão na costa e em território sírio. Serão 90 mil soldados entre pessoal de mar, ar e terra, além de unidades de defesa aérea e de lançamento de mísseis, de acordo com a agência iraniana de notícias FarsNews.
O Egito dará apoio estratégico permitindo a passagem de 12 navios de guerra chineses pelo Canal de Suez, que devem aportar na Síria em duas semanas.
Na mesma data chegarão ao país árabe navios de guerra, submarinos atômicos e destroyers russos, além de navios e submarinos iranianos.
Um número estimado em mil tanques e 400 aviões também participará dos exercícios.
Se eles fizerem o governo israelense tremer, já estará de bom tamanho. Quem sabe assim o primeiro ministro Benjamin Netanyhau, seu gabinete e os parlamentares de direita parem de insistir no ataque ao Irã e resolvam deter também a atual investida contra os palestinos. Afinal, tanto eles como Barack Obama e a direita estadunidense saberão que não reinam sozinhos no planeta Terra.
Baby Siqueira Abrão*
Brazilian journalist - Middle East correspondent
00 xx 972 59 857-4459 or 00 xx 972 54 885-1944 (international calls)
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*GilsonSampaio

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