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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 08, 2012

Vereador acusado de cartel diz que foi preso por causa dos ateus da PF


vereador Claudionor dos Santos, de Mossoró
Santos disse ser vítimas de
quem não acredita em Deus
O empresário e vereador Claudionor dos Santos (foto), 47, líder do PMDB na Câmara de Mossoró (Rio Grande do Norte), foi um dos oito detidos pela Operação Vulcano, da Polícia Federal, no dia 31 de maio sob a acusação de formação de cartel no setor de venda de combustível.

Mossoró tem mais de 260 mil habitantes e fica a 285 km de Natal, a capital. O cartel estava impondo na cidade o preço médio de R$ 2,82 por litro de gasolina, contra a média de R$ 2,45 cobrada, por exemplo, em João Pessoa.

Santos foi solto no dia 4 de junho, após prestar esclarecimentos à PF. No dia 6, ao participar de sessão da Câmara, ele pediu (e foi atendido) que todos os presentes dessem a mão e rezassem o pai-nosso. Em seguida, ele fez um discurso onde acusou os ateus de serem os responsáveis pela sua prisão.

"Estamos sendo agredidos por pessoas que não acreditam em Deus e se escondem atrás de instituições [Polícia Federal e Ministério Público]”, disse. “Tenho certeza de que não vão encontrar nada."

Em apartes, Santos recebeu a solidariedade de seus colegas. A vereadora Maria das Malhas (DEM), por exemplo, disse: "Você é um homem de bem, do povo. Vá em frente".

Depois das prisões, o preço da gasolina caiu em Mossoró.

Com informação d'O Mossoroense.

Drauzio Varella diz por que ateu desperta a ira do fanático religioso.
abril de 2012

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1xEbrFoHW
*Paulopes

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