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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 26, 2012

Viva o 26 de Julho (Raúl Castro ratifica disposição a dialogar com os EUA como iguais)


Raúl Castro preside ato por Dia da Rebeldia Nacional
Guantánamo, Cuba - 26 de julho 

O presidente Raúl Castro reiterou hoje nesta oriental cidade a disposição de Cuba de estabelecer um diálogo aberto e entre iguais com os Estados Unidos para abordar interesses de ambos países.
"No dia que quiserem a mesa está servida, já lhe foi dito pelos canais diplomáticos atuais, se quiserem discutir discutiremos... mas em igualdade de condições, porque não somos submetidos, nem colônia, nem fantoches de ninguém", afirmou ao intervir no ato central pelo Dia da Rebeldia Nacional.
Na praça da Revolução Mariana Grajales de Guantánamo, localizada a mais de 900 quilômetros ao leste de Havana, o presidente ratificou a vocação pacífica de Cuba e sua vontade de estabelecer amizade com todos, inclusive com os Estados Unidos.
Se querem confrontação, que seja só no esporte, preferivelmente no beisebol (disciplina com grande arraigo popular nos dois países), no mais não, expressou perante milhares de pessoas reunidas para recordar o Assalto aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes no dia 26 de julho de 1953.

Viva o 26 de Julho (Guantânamo sede de ato por Dia da Rebeldia Nacional em Cuba)



Havana, Cuba - 25 de julho

O ato central pelo Dia da Rebeldia Nacional se realizará amanhã na oriental cidade de Guantânamo para lembrar o início da última etapa da Revolução cubana, desencadeando no triunfo em janeiro de 1959.
A cerimônia se iniciará às 07:00 hora local (11:00 GMT) com a participação de milhares de guantanameros, em representação dos habitantes do território e do país, anunciou o jornal Granma.
Durante a jornada se prestará homenagem aos participantes das ações militares de 26 de julho de 1953 contra o governo de Fulgencio Batista (1952-1959), responsável pela morte de uns 20 mil cubanos. Os atos serão transmitidos ao vivo pelo rádio e pela televisão, de acordo com a própria fonte.
A publicação explicou que está sendo preparada a praça da Revolução Mariana Grajales, lugar onde se realizará a concentração pela terceira vez nesse território do extremo leste cubano.
Liderados pelo líder da Revolução cubana, Fidel Castro, pouco mais de uma centena de jovens assaltou os quartéis Carlos Manuel de Gramas e o Moncada, o segundo em importância naquela época, com o propósito de derrotar Batista.
Ainda que há 59 anos significou uma derrota militar para os assaltantes, o fato se converteu, na opinião de Fidel Castro e diferentes historiadores, no motor da luta que deveio vitoriosa depois.
*solidários

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