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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 06, 2010

Brasil é o país que mais avançou no IDH, diz estudo da ONU





O Brasil foi o país que mais avançou no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) preparado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD). Foram quatro pontos a mais em comparação a 2009. Um desempenho significativo, sobretudo diante do cenário de estagnação econômica na esteira da crise mundial inciada em 2008.

Dos 169 países analisados, 116 mantiveram a posição apresentada em 2009 e 27 tiveram desempenho pior. Além do Brasil, somente outros 25 conseguiram melhorar a classificação, de acordo com o relatório, que foi divulgado nesta quinta-feira (4).

Para o vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), as medidas tomadas pelo Governo Lula nos últimos anos contribuíram para o melhor posicionamento do Brasil no ranking. "O IDH envolve três aspectos do desenvolvimento humano: conhecimento, medido por indicadores da educação, saúde e padrão de vida digno (medido pela renda). São três áreas em que o nosso país obteve expressivo desenvolvimento nos oito anos de Governo Lula" destacou o petista.

Maias lembrou que no governo Lula houve avanços consideráveis no acesso à educação pública de qualidade, no aumento dos investimentos em infraestrutura médica-hospitalar e desenvolvimento de programas de saúde, além da constante valorização do salário mínimo e do significativo combate à miséria e a pobreza. O parlamentar pondera, no entanto, que ainda é preciso avançar.

"Temos muito o que comemorar, pois este relatório comprova que o caminho adotado pelo Governo Lula foi decisivo para alcançarmos um índice de país de alto desenvolvimento humano. Mas é claro que precisamos investir ainda mais em educação e na redução da desigualdade social, apontadas pelo estudo como as duas principais barreiras para o progresso brasileiro", afirmou o deputado.

Apesar do crescimento, o País ainda apresenta traços importantes de desigualdade tanto de gênero quanto social. No documento deste ano, o Brasil passa a ocupar a 73ª colocação, desempenho suficiente para que integre grupo de países de desenvolvimento humano elevado. O índice analisa indicadores de desempenho de países em três áreas: saúde, educação e rendimento. Este ano, indicadores usados e a forma de cálculo para chegar ao índice mudaram. A escala, no entanto, permanece: varia de 0 a 1. Quanto mais próxima de um, melhor a situação do país. O Brasil alcançou índice 0,699. Noruega, a primeira colocada, 0,938. O pior indicador foi do Zimbábue: 0,140.

Esperança de vida

A esperança de vida do brasileiro é de 72,9 anos. A média de anos estudados de pessoas com mais de 25 anos está em 7,2. Já o rendimento nacional bruto é US$ 10.607 per capita. O que ainda amarra a colocação nacional é a qualidade da educação, avaliada pelo novo índice "anos de estudo esperados", uma espécie de expectativa de vida educacional. Ao longo dos últimos cinco anos, o número de anos escolares esperado caiu de 14,5 para 13,8.

Ao longo da década, o Brasil apresentou um crescimento médio anual de 0,73% no IDH. Um ritmo considerado muito bom. Mas, entre grupo de países de alto desenvolvimento humano, há exemplos de velocidade significativamente maior.

www.ptnacamara.org.br

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