Eu quero
Patativa do Assaré
Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver
Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal
Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha
Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro
Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro
A bem do nosso progresso
Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária
Finalmemte, meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil
Patativa do Assaré
Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver
Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal
Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha
Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro
Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro
A bem do nosso progresso
Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária
Finalmemte, meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil
poema extraído do Recanto das Letras
*olhosdosertão
Nordestino sim Nordestino não
Nordestino sim Nordestino não
Patativa do Assaré
Nunca diga nordestino
Que Deus lhe deu um destino
Causador do padecer
Nunca diga que é o pecado
Que lhe deixa fracassado
Sem condições de viver
Não guarde no pensamento
Que estamos no sofrimento
É pagando o que devemos
A Providência Divina
Não nos deu a triste sina
De sofrer o que sofremos
Deus, o Autor da Criação,
Nos dotou com a Razão,
Bem livres de preconceitos.
Mas os ingratos da terra,
Com opressão e com guerra,
Negam os nossos direitos!
Não é Deus Quem nos castiga,
Nem é a seca que obriga
Sofrermos dura sentença!
Não somos nordestinados
Nós somos injustiçados
Tratados com indiferença!
Sofremos, em nossa vida,
Uma batalha renhida,
Do irmão contra o irmão.
Nós somos injustiçados,
Nordestinos explorados,
Mas nordestinados, não!
Há muita gente que chora,
Vagando de estrada afora,
Sem terra, sem lar, sem pão.
Crianças esfarrapadas,
Famintas, escaveiradas,
Morrendo de inanição.
Sofre o neto, o filho e o pai.
Para onde o pobre vai,
Sempre encontra o mesmo mal.
Esta miséria campeia
Desde a cidade à aldeia,
Do Sertão à capital.
Aqueles pobres mendigos
Vão à procura de abrigos,
Cheios de necessidade.
Nesta miséria tamanha,
Se acabam na terra estranha,
Sofrendo fome e saudade!
Mas não é o Pai Celeste
Que faz sair do Nordeste
Legiões de retirantes!
Os grandes martírios seus
Não é permissão de Deus:
É culpa dos governantes!
Já sabemos muito bem
De onde nasce e de onde vem
A raiz do grande mal:
Vem da situação crítica,
Desigualdade política
Econômica e social
Somente a fraternidade
Nos traz a felicidade.
Precisamos dar as mãos!
Para que vaidade e orgulho
Guerra, questão e barulho
Dos irmãos contra os irmãos?
Jesus Cristo, o Salvador
Pregou a paz e o amor
Na santa doutrina sua.
O direito do banqueiro
É o direito do trapeiro
Que apanha os trapos na rua!
Uma vez que o conformismo
Faz crescer o egoísmo
E a injustiça aumentar,
Em favor do bem comum,
É dever de cada um
Pelos direitos lutar!
Por isso vamos lutar,
Nós vamos reivindicar
O direito à liberdade,
Procurando, em cada irmão,
Justiça, paz e união,
Amor e fraternidade!
Somente o amor é capaz
E dentro de um país faz
Um só povo bem unido!
Um povo que gozará
Porque assim já não há
Opressor nem oprimido!
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