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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 07, 2010

rat fracasso na Espanha




Ratzinger dá preju na Espanha

Fracasso da 'operação' Ratzinger' - Quem vai pagar o negócio falido: Feijó, Bugalho ou o povo galego?
061110_ratzingergz Diário Liberdade - Uma cidade vazia e com a hotelaria abaixo da ocupação de qualquer fim de semana foi a paisagem deste sábado em Compostela. Ninguém viu as 200.000 pessoas garantidas pela Junta e a Câmara Municipal.
O balanço da delirante aposta econômica das instituições públicas (com o dinheiro de todos e todas nós) fica eloqüentemente resumido pela assistência final à capital galega para ver o líder da seita católica. As 200.000 pessoas anunciadas pelo governo do PP e apoiadas pelos governos espanhol (PSOE) e compostelano (PSOE+BNG) ficaram reduzidas a 15.000, no cálculo mais optimista.
Dificilmente poderemos acreditar em que a jornada tenha deixado, como prometeram os dirigentes do PP e do PSOE, 30 milhões de euros de lucros para Compostela e Galiza.
Convém agora lembrarmos que essa era precisamente a grande coarctada com que Núñez Feijó (presidente da Junta) e Sánchez Bugalho (presidente da Câmara compostelana) contavam para justificar incondicionalmente a visita de Ratzinger e os 3.000.000 de euros malbaratados numa visita de umas poucas horas (em Barcelona as instituições investiram menos de metade). A gravidade do assunto é maior se tivermos em conta a crise brutal do sistema e a ofensiva em curso contra os salários e direitos laborais da maioria social que vive do seu trabalho.
E agora que a realidade e os hoteleiros compostelanos já desmentiram a teoria dos 200.000 visitantes, que não apareceram, alguém deveria pagar o negócio falido. Eles que tanto defendem o livre mercado e as privatizações, deveriam responder como se faz nesses âmbitos quando uma aposta financeira ou especulativa nom dá certo: com umha renúncia ou demissom fulminante.
No entanto, como sabemos que este simulacro bourbónico de democracia que os espanhóis nos imponhem (com a colaboraçom da burguesia galega, a verdade seja dita) carece de qualquer mecanismo de garantia para os interesses do povo face à cleptocracia que nos malgoverna, podemos garantir desde já que nom vai haver demissons. Os partidos do sistema continuarám a roubar o dinheiro público para engordar bispos, banqueiros e demais amigos da burguesia dominante neste país negado e espancado pola sua polícia, que ainda chamamos Galiza.
Porém, nem os seus 6.000 cães de presa fardados puderam calar as vozes do povo consciente, e muito menos evitar a sonora falência da farsa vaticana representada pola burguesia galego-espanhola hoje em Compostela.
O seu fracasso é a nossa vitória e a luita... essa vai continuar.

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