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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Governos do PSDB em São Paulo gastaram R$ 609 milhões em cartões corporativos na última década. Aproximadamente 70% a mais do que o valor gasto pela União no mesmo período

E os sabujos do PIG, vão dar chilique, pedir CPI da tapioca?


As Secretárias de Saúde e da Segurança Pública lideram o ranking dos gastos com os cartões corporativos no Estado. Nos últimos dez anos, o Governo de São Paulo gastou R$ 609 milhões com os cartões de pagamento; aproximadamente 70% a mais do que o valor gasto pela União no mesmo período
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De acordo com o Portal Prestando Contas, que é do próprio governo, o cartão “é usado para cobrir gastos decorrentes de despesa extraordinária e urgente, cuja realização não permita delongas”.

Diferente do governo federal, o site do governo paulista não permite que o contribuinte conheça a lista de fornecedores e prestadores de serviço e informações sobre a data da operação e o órgão que a efetuou.

Líder no ranking das ‘despesas extraordinárias’, a Secretaria da Saúde gastou em 2010 quase três vezes o que o Ministério da Saúde e suas unidades vinculadas utilizaram no mesmo ano. Foram R$ 12,3 milhões. Em segundo lugar, a Secretaria da Segurança Pública desembolsou R$ 10 milhões.

Nos últimos anos, 25% das despesas extras pagas com cartões corporativos referem-se a “outros materiais de consumo” e “despesas miúdas e de pronto pagamento”, que incluem gastos com selos postais, telegramas, material e serviços de limpeza e higiene, lavagem de roupa, café e lanches, por exemplo
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De acordo com o Portal Contas Abertas, existem atualmente 4.454 cartões de pagamento de despesa distribuídos pelo governo paulista, quantidade que representa apenas 10% da quantidade registrada em 2007.

Contas Abertas é uma entidade da sociedade civil, que reúne pessoas físicas e jurídicas, lideranças sociais, empresários, estudantes, jornalistas envolvidos no aprimoramento dos gastos e do orçamento público.




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