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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Hitler falava em nome dos cristãos?


Hitler é o da direita
Estou cansado de ler textos analíticos de esquerda e de direita sobre o Oriente Médio.
E todas acabam se perdendo em elucubrações sobre o islamismo.
Como se o islamismo fosse um bicho papão.
Isso na verdade é o preço que se paga ao se ilustrar pela mídia corporativa que não vende informações, mas adjetivos.
O islamismo, como toda religião, tem seus altos e baixos.
O perigo é a generalização.
Associar o radicalismo ao islamismo é o mesmo que associar o cristianismo ao nazismo e o sionismo ao judaísmo.
Nem todo cristão é nazista e nem todo judeu é sionista.
Ambas as religiões tem seu lado bom e seu lado ruim.
O que está acontecendo no Oriente Médio não tem nada a ver com religião.
Tem a ver com a miséria, exclusão, fome e opressão.
No Oriente Médio ha nações ocupadas fisicamente – Iraque, Palestina, Líbano, Síria, o que as transforma em nações colonizadas em pleno século 21.
E há nações ocupadas monetariamente por corporações que mantêm no poder títeres cuja única preocupação é assaltar seus países e manter suas populações sob o jugo dos carrascos.
O que ocorre agora na região não tem nada a ver com religião, mas com revoluções que num primeiro momento prescindem das armas, mas todos sabemos o que pode acontecer num segundo momento.
Sempre se fala que a vontade do povo é soberana, que a voz do povo é a voz de Deus, mas ai do povo que acreditar nisso.
Acaba pagando um preço muito alto.
No entanto e independente disso, a roda da História sempre caminha para frente.
Pode até haver alguns recuos para que o sistema tenha alguma sobrevida, mas que ela anda para a frente, ela anda.
E se o povo do Oriente Médio entender que o islamismo pode sim ajudar na realização de bons governos, que assim seja.
Pelo menos o islamismo não produziu a inquisição, nem as duas guerras mundiais e nem jogou bombas atômicas sobre Nagazaki e Hiroshima.
Então que tal deixarmos o islamismo em paz e nos atermos ao que de fato interessa?
*bourdokan

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