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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Ativistas fazem acordo para perseguir ex-presidente Bush



ONGs de direitos humanos prometem não dar sossego ao ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush (2001-2009). Ativistas de vários países fizeram um acordo para perseguir o ex-líder americano, responsável pela invasão do Iraque, em suas viagens pelo mundo. Eles irão entrar com processos na Justiça dos países pedindo investigação sobre violações de direitos durante seu governo.

A atuação das ONGs já fez o ex-presidente cancelar uma viagem à Suíça na última semana, por temer uma ordem de prisão. Katherine Gallagher, advogada da ONG Centro para os Direitos Constitucionais disse ao jornal britânico The Guardian que as associações querem lançar mão das convenções internacionais sobre tortura.

Bush é responsabilizado, especificamente, por violações de direitos humanos na prisão de Guantánamo, para onde foram mandados acusados de terrorismo.

Katherine diz que “torturadores, mesmo que sejam ex-presidentes dos Estados Unidos, devem ser presos para serem processados”.

Embora o ex-presidente viaje pelo mundo desde que deixou a Casa Branca, em 2009, os ativistas agora usam declarações feitas por Bush em seu livro de memória, no qual ele diz que autorizou técnicas de depoimento que são consideradas tortura – como mergulhar a cabeça do preso em água.
*Esquerdopata

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