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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Berlusconi vive inferno astral com protestos em frente à mansão das ‘festinhas’


Quando é que o povo italiano vai tomar vergonha na cara e botar esse canalha pra correr?


Mansão de Berlusconi
Mansão de Berlusconi é cercada por seguranças armados
Um grupo de manifestantes se reuniu, neste domingo, em frente à casa do premiê italiano Silvio Berlusconi. A mansão, em Arcore, próximo a Milão, foi cercada de seguranças armados. O grupo ironizou os escândalos sexuais em que o primeiro ministro se envolveu naquela propriedade. Os movimentos pedindo a sua renúncia crescem em toda Itália. A maioria é organizada pela internet. Ele é acusado de dar festas regadas a sexo com mulheres, inclusive menores de idade, na casa de proporções cinematográficas. A oposição diz que ele está manchando a imagem da Itália. O papa também já se mostrou preocupado com tais suspeitas.
Durante o protesto, os ativistas pela renúncia de Berlusconi adiantaram que, doravante, até que ele peça para deixar o governo, será alvo de manifestações bem-humoradas. Em um dos atos programados por ativistas de esquerda, o premiê receberá uma “chuva de camisinhas”, atiradas nos portões da mansão, palco das “festinhas” com prostitutas e garotas de programa menores de idade, entre elas, Ruby, de apenas 17 anos na época em que supostamente se envolveu com o político e empresário mais rico daquele país. Ela deu origem ao escândalo conhecido popularmente na Itália como “Rubygate”.
Um protesto maior e mais “sério” está marcado para o dia 13 de fevereiro, com a participação de mulheres de todo o país. Uma petição online do jornal de esquerda L’Unitá já foi assinada por 73 mil pessoas, pedindo que as italianas digam “basta” a Berlusconi, por acreditar que seu comportamento contribui para que as mulheres sejam vistas de forma estereotipada e machista.
*cappacete

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