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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

PSDB: Preconceito,Segregação, Desigualdade no Brasil


Ocorre hoje um grande descompasso entre classes em movimento e as que mantêm o status quo; e, em consequência de uma realidade anterior, onde a concentração de renda pessoal se refletia em forte concentração da renda federativa, há também um descompasso entre regiões em movimento, tiradas da miséria junto com a massa de beneficiados pelo Bolsa Família ou por outros programas sociais com efeito de distribuição de renda, e outras que pretendem manter a hegemonia.
A redução da desigualdade tem trazido à tona os piores preconceitos das classes médias tradicionais e das elites do país não apenas em relação às pessoas que ascendem da mais baixa escala da pirâmide social, mas preconceitos que transbordam para as regiões que, tradicionalmente miseráveis, hoje crescem a taxas chinesas (Trecho do texto de Maria Inês Nassif)
O PSDB é o partido que mais coleciona frases cheias de preconceito de seus representantes
Contra o desenvolvimento do Nordeste : Luiz Paulo Velloso Lucas (Deputado e candidato derrotado do PSDB a governador-ES): "Petrobras está desviando recursos para investimentos de rentabilidade duvidosa, como as refinarias do Nordeste. A empresa contrata serviços e equipamentos pagando três, cinco vezes mais caro que as concorrentes". É isso o que o mercado olha. (Acha que o nordeste não deve ter refinarias de petróleo).
Contra a mulher: Você que não mantém a depilação em dia, deixa o esmalte ficar descascado, usa acessórios grandes e vestidos ou saias acima do joelho, desista de pedir votos ou militar nas eleições de 2010 pelo deputado estadual Orlando Morando (PSDB).
Homofobia: Deputado Estadual do PSDB, Osmar Baquit, desbravando críticas e loucuras, afirmou que um Deputado Estadual não deve perder tempo com Passeatas de “veados”, porque deputado tem muita coisa pra fazer por uma cidade.
Contra a massa trabalhadoraUm velho assessor que conhece o PSDB afirmou que o partido é “de massa, mas uma massa cheirosa”. Em seguida, a declaração repercute: “O PSDB acha que o povo fede?” Declaração durante o lançamento da candidatura de Serra a presidente da República.
Contra os cidadãos negros: Nos quatro cantos do Brasil o PSDB saiu prometendo apoio aos afrodescendentes no caso de saírem candidatos, mas logo são abandonados após gastarem suas economias”. Dos partidos grandes, o PSDB e DEM foram os únicos que não elegeram nenhum deputado federal ou senador negro.
Levantamento feito pela Educafro indica que na Câmara dos Deputados o número de deputados que se declararam negros para Justiça Eleitoral subiu de 11 para 22. No Senado, de dois para a quatro.
Contra as classes sociais mais baixasEx-presidente FHC cria polêmica gramatical ao dizer que quer "brasileiros melhor educados, e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria". (Não se pode usar a fragilidade da educação formal de uma pessoa para atacá-la. "Há registros típicos de classe mais baixa, como a falta de concordância nominal ou verbal. Nas classes mais altas, também há, como a colocação pronominal ou o uso de 'melhor' no lugar de 'mais bem').
Contra obesos: Geraldo Alckmin (PSDB-SP) diz que recusa a docentes obesas não é “questão de aparência” Governador comentou caso de cinco aprovadas em concurso que teriam sido barradas no exame médico por conta do peso. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu nesta manhã que obesidade pode ser motivo para barrar a contratação de professores.
Contra os nordestinos: Escola ruim é por causa dos migrantes. Serra deixou escapar uma frase curiosa: culpou os “migrantes” pela falta de qualidade da escola paulista. Um tremendo ato falho.  A elite paulista – e grande parte dos tucanos – nutre preconceito pelos nordestinos.
Contra a distribuição de renda: O PSDB e o DEM passaram anos criticando o Bolsa Família. Falavam que era assistencialista e voltado para a fidelização do eleitorado pobre (compra de votos, trocando em miúdos). O programa é um tremendo colchão social, ainda mais numa hora de crise (2009). Antes das eleições o PSDB fez até seminário para dizer que não era contra o Bolsa Família.

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