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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 01, 2011

Audiência da Globo em junho foi a pior de todos os tempos



A Globo viu seu ibope em junho crescer 0,4 ponto na Grande São Paulo em relação a maio: de 16,6 para 17 pontos. Mesmo assim a emissora teve o menor ibope já registrado nesse mês, desde que a audiência das TVs passou a ser medida, em 1970. O resultado vale para a chamada faixa comercial, das 7h à 0h.

Até então, junho de 2008 fora o pior de todos, com média de 17,1 pontos. Historicamente, junho é um dos meses em que as TVs estão mais ligadas, e quando há mais pessoas diante dos aparelhos. A equação frio + mês de provas + poupar dinheiro para as férias iminentes faz com que, na média, 43% das TVs estejam ligadas --um dos índices mais altos em situação de normalidade (quando não há grandes catástrofes ou competições).

Para efeito de comparação, em junho do ano passado a Globo marcou 18,5 pontos, mas então havia a Copa da África-- que, curiosamente, também não elevou o ibope da emissora em relação ao junho anterior (2009), quando também havia marcado 18,5 pontos.

*esquerdopata

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