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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 10, 2011

A "BOMBA ATÔMICA BRASILEIRA" CRIADA PELO LOBBY ALEMÃO - SERÁ QUE O BRASIL PODE VIRAR UM DIA A BOLA DA VEZ DA OTAN?

Por ocasião da visita do presidente Lula ao Irã, em maio do ano de 2010, a imprensa alemã veiculou um artigo, que até hoje repercurte, de um especialista em assuntos nucleares, o professor Hans Rühle (foto abaixo), no qual ele sugere que o Brasil teria um "programa nuclear paralelo" - o que, no jargão técnico, significa "militar". Em outras palavras, o scholar insinuava que o Brasil estaria tentando construir uma bomba atômica, como o Irã. 
O grande "argumento" para defender essa tese era a resistência do governo brasileiro em assinar os "protocolos adicionais" ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Ora, se assinássemos esses protocolos, teríamos que abrir todas as instalações nucleares à inspeção aleatória e sem aviso prévio da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA). Além disso, teríamos que permitir o acesso da entidade à tecnologia de enriquecimento de urânio, que desenvolvemos sozinhos, sem a ajuda de nenhum pais, graças ao projeto Aramar. Lá pelas tantas, o artigo do prof. Rühle chega ao ponto e diz que o Brasil está "fabricando um submarino nuclear, que também está vedado aos inspetores. Sabemos que o grau enriquecimento de urânio desse tipo de programa permite a construção de armas atômicas". No fim, ele afirma peremptoriamente que "o programa do submarino é claramente uma cobertura para o programa da bomba nucelar", embora admita que não tenha provas concretas.  
Só mesmo a ignorância - o que não é o caso do prof. Rühle - ou a má fé para fazer afirmações desse naipe. Em primeiro lugar, qualquer leigo bem informado sabe que, para ser utilizado em submarinos de propulsão nuclear, o urânio precisa  ser enriquecido a taxas de cerca de 20%, enquanto que para fazer a bomba atômica é necessário um enriquecimento de cerca de 90%. E que muitos anos e know how separam um processo de outro.
Mas quem é o professor Rühle? Ele foi diretor de Planejamento do Ministério da Defesa da Alemanha de 1982 a 1988 - e, portanto, um sujeito com estreitas relações com o governo alemão. O artigo, publicado pelo German Council of Foreign Relations, foi republicado pela Der Spiegel e pela Deutsche Welle e reflete o ponto de vista do complexo militar-industrial alemão, incoformado até hoje com a perda de contratos de fornecimento de submarinos para a Marinha brasileira. Como lembra o site defesanet, "até 2009, um forte lobby administrado pelo estaleiro TKNS e junto a interesses nacionais, com a participação da Embaixada Alemã, financiou um serviço de assessoria de imprensa voltado a atacar o acordo da Marinha do Brasil com o grupo (francês) DCNS". Trata-se de um acordo para o fornecimento de quatro submarinos da classe Scorpène e posterior transferência da tecnologia do casco - a única coisa que o Brasil ainda não domina, já que desenvolveu o protótipo para o propulsor - para o futuro submarino nuclear.

O problema é que, antes do governo Lula, parte da Marinha estava comprometida com a indústria alemã de submarinos. Os nossos primeiros cinco submarinos são de origem alemã (Modelo U-214, da HDW/Tyssen Krupp, baseado no IKL-209), todos de propulsão diesel-elétrica. Os alemães não têm a tecnologia de submarinos nucleares e, para continuar fornecendo ao Brasil, era preciso que nós desistíssimos desta opção.  
O lobby alemão era muito poderoso e tinha nas mãos ninguém menos que o então chefe do

Estado-Maior da Armada, almirante Euclides Duncan Janot de Matos - posteriormente preso por corrupção -, que estava esperando apenas assumir o comando da Marinha para enterrar de vez o projeto do submarino nuclear. Mas Janot foi para a reserva e o governo retomou o projeto nuclear brasileiro, inclusive o do submarino. Mais: a nova orientação do Ministério da Defesa determinava a necessidade de transferência de tecnologia. Foi quando os franceses entraram na jogada, deixando os alemães furiosos. E muito jornalista desavisado - ou nem tanto - repercutindo a choradeira tedesca. 




MARINHA DO BRASIL PRECISA URGENTE DE R $ 223 BI, ATÉ 2030, PARA SER RESPEITADA QUANTO FORÇA DE DEFESA


O fortalecimento do poder naval brasileiro, com o objetivo de garantir a soberania nacional sobre riquezas como as reservas de petróleo, exigirá investimentos de R$ 223,5 bilhões até 2030. Os números foram apresentados pelo chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Luiz Umberto de Mendonça (foto abaixo), em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), ontem.
http://www.senado.gov.br/noticias/inc/multimidia/verImagem.aspx?codImagem=393999
Até 2030, disse o almirante, será necessária a aquisição de 20 submarinos convencionais e de seis nucleares, entre outras embarcações, além da constituição de uma segunda esquadra a ser sediada em um estado ainda não definido das regiões Norte ou Nordeste. Com o investimento previsto, explicou, será possível desenvolver os mais importantes projetos da Marinha, como o programa nuclear.
— Não é megalomania. A estratégia de dissuasão é prioritária em tempos de paz e a melhor forma de se evitar conflito armado — afirmou Mendonça durante o painel "Pré-Sal: papel das Forças Armadas na defesa do patrimônio e alocação de recursos para essa finalidade", parte do terceiro ciclo do conjunto de debates promovido pela comissão a respeito dos rumos da política externa brasileira.
Na abertura da audiência, presidida por Cristovam Buarque (PDT-DF) e que contou com a presença de diplomatas de oito países, o professor Simon Rosental, da Escola Superior de Guerra (ESG), observou que o mundo só dispõe de reservas conhecidas de petróleo para os próximos 45 anos — e os Estados Unidos, para apenas dez anos. Em sua ­avaliação, o século 21 ­marcará o fim do período ­histórico de queima de petróleo como combustível.
http://www.guarulhosnoticias.com.br/portal/wa_upload/image/1647_senador-cristovam-buarque1.jpg
— O Brasil descobriu o pré-sal quando no mundo as reservas declinam. O que devemos fazer? Utilizar as três Forças conjuntamente para garantir poder de dissuasão sobre toda essa área e defender a soberania e a integridade do país. É comum ouvir que não há necessidade de recursos para as Forças Armadas, pois estamos no Atlântico Sul, o lugar mais tranquilo do planeta. Há certa verdade nisso, mas o erro é o foco. A ameaça vem da linha do Equador para cima — alertou Rosental (primeiro a esquerda na foto abaixo em que aparece ao lado dos coroneis
Ramos,ao centro  e Heleno, á direita. O coronel Ramos retornou ao Brasil em junho último,após servir por dois anos em Israel como adido militar, tendo assumido agora a importante comissão de Chefe do Estado Maior da Brigada de Infantaria Paraquedista na Vila Militar, uma das unidades de elite do Exército Brasileiro).

PROF. SIMON ROSENTAL DA ESG, COM OS CORONÉIS RAMOS E HELENO.





Área sensível

http://www.fab.mil.br/sis/enoticias/imagens/pub/4146/i0981717454756393.jpg
O presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate, ­brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior (na direita da foto acima, com o ex-presidente Lula), afirmou que a região onde estão localizadas as reservas do pré-sal será uma "área sensível" do território brasileiro, pois o país precisará estar preparado para garantir "pronta resposta" a qualquer ameaça externa. Ele informou que será montado para a região um moderno sistema de controle de tráfego aéreo e disse que aguarda "com ansiedade" a decisão final do governo a respeito da compra dos novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).
http://www.guiadacarreira.com.br/wp-content/uploads/2009/09/mapa-pre-sal.png
— O pré-sal é e será ponto de cobiça. Trata-se de uma riqueza que precisa ser defendida, por isso a dissuasão deve ser permanente — observou Baptista.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrAmljSzeAYQuMWdsEpDT-N7fPbTucBI0eZ3UMuc6XfJPXHKkmju2J9O0pD_KfWhlWLDkwvlFpq4HBhPcxpxm6s3PBuZaaQHva1gv-C3EGZbxkU71WmgLq2hUziSyAC0pJuk1CrqqlzoU/s1600/1003.jpg
Cristovam observou que, se os investimentos para defesa dos recursos do pré-sal forem maiores do que os previstos para a defesa do país, isso deve ser feito com recursos provenientes dessas próprias riquezas e "não da nação brasileira como um todo". 

https://lh4.googleusercontent.com/_eYBPgnXGRSI/TYPI0D5QaBI/AAAAAAAACzk/dmoO2uTl3pA/obamapresal.jpg
Do jeito que esta....

Ana Amélia (PP-RS) ressaltou a necessidade de uma atenção especial à defesa da Amazônia, apesar da ênfase atual à região onde se encontram as jazidas de petróleo.



Fonte: Jornal do Senado


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