Especialista: derrame de óleo pode ser 10 vezes maior
O site de observação de imagens de satélite Skytruth acaba de publicar uma imagem e uma avaliação sobre a mancha causada pelo vazamento de petróleo do poço da Chevron no Campo de Frade, ao largo do Rio de Janeiro.
E a conclusão do geógrafo John Amos, um ativista ambiental que mantém o site há dez anos é de que:
“A imagem de satélite MODIS / Aqua da NASA, acima, foi tirada há três dias. Ela mostra uma mancha de óleo aparente originária do local de perfuração e que se estende por 2.379 quilômetros quadrados (o extremo sul da mancha fica aprisionado em um redemoinho no sentido horário interessante nas correntes oceânicas). De 1 micron de espessura, representa um volume de 628 mil galões (14.954 barris) de petróleo.
Supondo que o vazamento começou ao meio-dia em 8 de novembro (24 horas antes de termos observá-lo em imagens de satélite), estimamos uma taxa de vazamento de pelo menos 157 mil galões (3.738 barris) por dia. Isso é mais de 10 vezes maior do que a estimativa da Chevron de 330 barris por dia.”Amos trabalhou com as coordenadas dos poços enviadas pelo deputado Brizola Neto, pelo twitter, constantes do relatório oficial da ANP sobre as perfurações em andamento e concluídas, que podem ser conferidas aqui.
Hoje, finalmente a ANP divulgou um comunicado em seu site, dizendo que numa reunião de emergência realizada domingo (por que só veio a público hoje?) aprovou-se o plano de emergência apresentado pela Chevron para deter o vazamento e que a diretora da ANP Magda Chambriard esteve na Sala de Emergência da Chevron acompanhando os trabalhos para conter o vazamento.
Onde fica essa sala de emergência? Quem responde por ela? Em que a empresa baseia suas avaliações? A ANP recebeu fotos da mancha? Tem fotos de satélite dela? Divulgou-as? Ou isso é uma ação privada?
Amanhã, o deputado Brizola Neto vai apresentar um requerimento pedindo a presença dos diretores da ANP e da Chevron para explicar o vazamentio e apresentar as informações que a imprensa não está publicando.
A foto da Nasa é uma prova de que não são “umas gotinhas” inofensivas, a mancha é imensa. Você pode ver o original aqui e a imagem tratada aqui.
Mesmo contra todo o bloqueio da mídia, vamos defender a verdade. Não é mais possível tratar quase que secretamente um vazamento.
A presidenta Dilma Rousseff exigiu uma investigação completa sobre o vazamento. O Tijolaço está fazendo sua parte.
E esperando que as autoridades públicas façam a delas.
Cumplicidade escandalosa
As duas fotos aí de cima foram publicadas pelo blog SkyTruth ,especializado em interpretação de foto de satélites com fins ambientais, mantido pelo geógrafo John Amos, e registram em dois momentos o que é identificado como sendo a mancha de óleo provocada pelo vazamento no poço da Chevron-Texaco e que está sendo mantido na sombra pela imprensa.
Cheguei até elas pela dica do leitor Henrique, que parece ser mais eficiente que toda a imprensa brasileira reunida.
Aliás, os próprios releases dizem que há 18 navios trabalhando no combate ao vazamento. Devem ser navios-fantasmas, como é a direção da Chevron. Não têm nome, não têm comandante, não tem tripulação, não têm coordenadores. Não há uma pessoazinha que seja, com nome e sobrenome, que diga: “olha, as coisas aqui estão assim ou assado”.
Ninguém tem uma máquina fotográfica, uma filmadora, um reles celular que tire fotos. Internet, então, nem pensar.
Será que vamos ter que esperar que coloquem uma mensagem na garrafa, para que a nossa imprensa publique algo além de notas oficiais?
Atualização: a Chevron diz à ANP que a mancha tem 163 quilômetros quadrados de extensão e estima em até 880 barris o vazamento. Bem, se na mancha tiver 1o ml (uma tampinha de xarope) por metro quadrado, isso daria 1,6 milhões de litros, ou dez mil barris de petróleo (163 km2 = 163 milhões de metros quadrados. Que história mal contada! Nem as informações de release são coerentes, e ninguém questiona. Quem vai dar explicações ao país?
A Chevron-Texaco é uma empresa sem rosto?
Passou-se uma semana do início do vazamento de petróleo no poço da Chevron-Texaco no Campo do Frade, ao largo da Bacia de Campos.
A ANP estima que estejam vazando entre 200 e 330 barris por dia. Não é mais um pequeno vazamento: isto representa entre 32 mil e 52 mil litros diários.
Até agora, e no primeiro dia, só a assessora de imprensa da Chevron-|Texaco falou – e besteira – no primeiro dia, dizendo que era um acidente natural.
Pode procurar nos jornais e nos sites: nenhum diretor da empresa deu entrevista. A empresa só fala por comunicados, fiel e inquestionadamente reproduzido pelos jornais.
Quem é o presidente ou diretor responsável pela Chevron? O que ele tem a dizer? Só a muito custo se descobre que é o senhor Charles Buck, subordinado ao sr. Ali Moshiri, presidente da empresa para a África e América Latina.
A Chevron é uma empresa fantasma, sem rosto, sem voz, sem seres humanos. Tinha capacidade técnica para perfurar o pré-sal, como provavelmente estava fazendo?
Suas informações são repetidas sem qualquer aprofundamento ou dúvida.
É o oráculo de Houston falando aos pobres tupiniquins, incapazes de formular uma única pergunta.
Embora, é claro, tenham ido perguntar sobre o vazamento à Petrobras, sócia minoritária e sem poder operacional sobre o campo.
Não há uma ONG, um ambientalista, ninguém protestando, ninguém – além da Presidenta Dilma – exigindo apruação completa do acidente.
O vazamento vai ser tampado com press-releases?
*Tijolaço
A ANP estima que estejam vazando entre 200 e 330 barris por dia. Não é mais um pequeno vazamento: isto representa entre 32 mil e 52 mil litros diários.
Até agora, e no primeiro dia, só a assessora de imprensa da Chevron-|Texaco falou – e besteira – no primeiro dia, dizendo que era um acidente natural.
Pode procurar nos jornais e nos sites: nenhum diretor da empresa deu entrevista. A empresa só fala por comunicados, fiel e inquestionadamente reproduzido pelos jornais.
Quem é o presidente ou diretor responsável pela Chevron? O que ele tem a dizer? Só a muito custo se descobre que é o senhor Charles Buck, subordinado ao sr. Ali Moshiri, presidente da empresa para a África e América Latina.
A Chevron é uma empresa fantasma, sem rosto, sem voz, sem seres humanos. Tinha capacidade técnica para perfurar o pré-sal, como provavelmente estava fazendo?
Suas informações são repetidas sem qualquer aprofundamento ou dúvida.
É o oráculo de Houston falando aos pobres tupiniquins, incapazes de formular uma única pergunta.
Embora, é claro, tenham ido perguntar sobre o vazamento à Petrobras, sócia minoritária e sem poder operacional sobre o campo.
Não há uma ONG, um ambientalista, ninguém protestando, ninguém – além da Presidenta Dilma – exigindo apruação completa do acidente.
O vazamento vai ser tampado com press-releases?
*Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário