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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 10, 2011

O supra-sumo do (j)ornalismo (b)rasileiro

Folha reúne burguesas reacionárias para planejar estratégias para o golpe
Da construção de creches à invasão da reitoria da USP. Foi ampla a pauta do encontro do Grupo de Ação em Cidadania, composto por socialites de São Paulo, ontem à tarde, no bairro dos Jardins.
Marcado por e-mail como uma "reunião política", o encontro foi promovido para discutir o combate à corrupção.
Antes mesmo de todas as convidadas chegarem ao local, algumas lideranças femininas da elite paulista já debatiam com entusiasmo a desocupação da reitoria da USP, ocorrida no início da manhã de terça.
Foi lindo ver estampada em botox e peeling a ideologia das damas que marcharam com Deus pela liberdade na juventude e hoje, com outros modos - mas as mesmas intenções -, seguem coerentemente seu caminho em defesa da ditadura.
E o encerramento do vídeo, com a "não-elite" limpando o chão foi por demais eloquente! Uma edição digna de um Coppola!
O ex-governador Cláudio Lembo fala sobre essa raça maldita em 18 de maio de 2006, logo após os ataques do PCC:
"A burguesia é cínica e perversa", diz Lembo
Sobre a elite brasileira
"O Brasil é um país que só conheceu derrotas. Derrotas sociais... Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa"
"Em suas lindas casas dizem que vão sair às ruas fazendo protesto. Vão fazer protesto nada! Vão é para o melhor restaurante cinco estrelas com outras figuras da política nacional fazer o bom jantar".
"Nossa burguesia devia é ficar quietinha e pensar muito no que ela fez para esse País".
Esse país tem que deixar de ser cínico. Vou falar a verdade, doa a a quem doer, destrua a quem destruir, por que acho que só a verdade vai construir este País".
Sobre a reação da elite paulistana
"O que eu vi em entrevistas da Folha de S. Paulo foram dondocas dizendo coisinhas lindas. Todos são bonzinhos publicamente. E depois exploram a sociedade, seus serviçais, exploram todos os serviços públicos. Querem estar sempre nos palácios dos governos porque querem ter benesses do governo".
Assista ainda a um outro depoimento brilhante:
 
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0nvj_SgvLpMO2tJQUCpHmruVeIdvnUOS5N2-JfTQMjY18_-5qhvhlQZpQ1_s5ZHQgtl3oEhMmC24Rtxkr8vAnKIrzoZwpmcKOzsrZrVCMo9ZBwUjTz8B9U5eBSuX1EsC3iuBufnRg5Rdl/s1600/charge+angeli+29072007.gif*comtextolivre

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