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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 16, 2011

Vídeo do ataque ao "Ocupe Wall Street"


O estadunidense é o povo mais enganado do mundo , ele pensa que vive numa democracia. Acharam que podiam imitar os egipcíos da praça Tahrir


Aqui estava certo , mas nos EUA...


'Ocupe Wall Street' é desalojado à força em NY
Manifestantes são retirados pela polícia e 200 foram detidos; protestos retomam de noite

Michael Nagle/Getty Images/France Presse
Centenas de pessoas retomam protestos no parque Zucotti, na noite de ontem em Nova York, sob forte cerco da polícia
Centenas de pessoas retomam protestos no parque Zucotti, na noite de ontem em Nova York, sob forte cerco da polícia
VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK
Após quase dois meses de ocupação, os manifestantes do "Ocupe Wall Street" foram retirados à força do Zuccotti Park, praça que ocupavam ao lado do centro financeiro de Nova York.
O movimento serviu de inspiração para ativistas em diversas cidades do mundo.
Os policiais começaram a retirar manifestantes por volta das 2h (5h em Brasília). Segundo o prefeito Michael Bloomberg, a ação policial ocorreu durante a madrugada para diminuir o risco de confrontos. Estimativas apontam que cerca de 200 pessoas foram detidas.
Ao menos quatro jornalistas que cobriam o despejo foram detidos. Relato de repórter do "Wall Street Journal" aponta que os profissionais foram algemados. Até o final da tarde de ontem, a polícia não forneceu balanço da operação, pois dizia que a ação "ainda estava em curso".
Bloomberg afirmou que a desocupação ocorreu a pedido da Brookfield's, proprietária do parque, para que a área pudesse ser limpa.
"Desde o início, disse que a cidade tinha dois objetivos: garantir a saúde e a segurança públicas e garantir os direitos dos manifestantes [...]. Quando as metas entram em choque, saúde e segurança do público devem ser prioridade."
Há algumas semanas, a polícia já havia confiscado geradores usados pelos manifestantes. Segundo os agentes, havia risco de incêndio.
No início da noite de ontem, a polícia reabriu o parque, que permaneceu fechado e cercado por policiais durante todo o dia.
A abertura, porém, ocorreu só depois que o juiz Michael Stallman determinou que os protestos poderiam continuar, mas sem a ocupação com barracas e sacos de dormir.
Os ativistas convocaram apoiadores para reocupar o parque, mas até a noite de ontem não conseguiram recolocar as barracas.
Segundo os manifestantes, houve violência policial durante a madrugada. "A ação foi nojenta. Muitas pessoas se machucaram enquanto eram arrastadas", disse o ativista Brett Chamberlin, 20.
Os manifestantes organizaram protestos contra a desocupação e articulam uma "ação global" para amanhã, dia em que o movimento completa dois meses.

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