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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 15, 2011

A CAÇADA AOS BUCANEIROS DA REPÚBLICA - PROTÓGENES AVANÇA NA CPI DA PRIVATÁRIA

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“Ainda nesta quarta-feira podemos passar de 200 assinaturas para a criação da CPI da Privataria Tucana”, é o que informa o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), em entrevista para o Vermelho. Animado com a receptividade da proposta entre os deputados, o parlamentar comemora até a adesão de deputados tucanos, como Nelson Marchezan (PSDB-RS) e Fernando Franceschini ( PSDB-PR), que assim como Protógenes, é delegado da Polícia Federal.

O mínimo para a instalação de uma CPI é 171 assinaturas. Depois disso, depende da presidência da Casa a sua efetivação. Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), garantiu para Protógenes o seu apoio para a instalação.

Deputados de todos os partidos estão assinando, informa Protógenes. “O apoio é geral, a cada momento recebo não só assinaturas, mas incentivo de deputados que estão acompanhando pelas redes sociais a repercussão do caso”.

Tucanos

Protógenes considera um absurdo a velha mídia não publicar praticamente nada sobre o lançamento do livro e ficar em silêncio diante das denúncias. “Vamos ver se vão cobrir a CPI que vamos instalar aqui na Câmara. Não vão mais fingir que nada está acontecendo”, comenta o parlamentar.


Sobre os parlamentares tucanos que assinaram, Protógenes informou que, “eles disseram que apóiam a iniciativa porque se houve irregularidades, tem que realmente serem apuradas e os verdadeiros culpados punidos”.

Por Kerison Lopes, no sítio Vermelho:.

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