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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 06, 2011

Kassab segura verba de combate a enchentes

Quem vota num cara desses merece pasar por isso


Spresso SP 

O prefeito gastou apenas 8,3% da verba destinada à prevenção de enchentes e diz que a cidade está preparada para as chuvas de verão

A verba destinada para evitar os estragos das enchentes foi alvo da economia do prefeito Kassab em 2011. Segundo os dados da execução orçamentária atual, da verba destinada para evitar enchentes, a prefeitura reservou 22% e, dessa verba, somente 8,3% foram gastos efetivamente, o que equivale a apenas R$ 57,1 milhões de um total de R$ 683 milhões destinados a planos de preveção de enchentes.

No mês de outubro, durante vistorias às obras das galerias de águas pluviais da Água Branca, zona Oeste, Kassab afirmou que as demais metas previstas no orçamento deste ano ficarão para 2012, mas que, apesar disso, a cidade está “bem preparada”.

Os serviços mais prejudicados pelo baixo investimento estão relacionados à drenagem das águas das chuvas e à limpeza mecânica de córregos. Áreas que normalmente alagam, como a Bacia do Anhagabaú, no centro de São Paulo, ainda não tiveram as obras concluídas. De acordo com informações da Agenda 2012 do prefeito, as metas para a regularização de vazão, recuperação e reforço da rede de galerias pluviais no local tiveram licitação original revogada. As obras não passaram da fase do projeto e ainda está em estudo nova solução de engenharia para a conclusão do trabalho.

O Piscinão dos Machados, no bairro de São Mateus, ainda está em processo de edital e licitação. O Córrego Verde, do bairro de Pinheiros, parou na fase de desapropriação do imóvel, pois o Ministério Público Estadual acusa o projeto de falta de licenciamento ambiental. A bacia dos córregos Paraguai e das Éguas, na Vila Mariana, ainda está em fase de projeto, sem edital ou licitação. De nove obras de bacias, córregos e controle de vazão, cinco delas têm previsão de conclusão em dezembro de 2012, próximo ao fim de mandato de Kassab.
*cappacete

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