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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 02, 2012

78% das armas vêm dos EUA

 

Via Adital
Adital

Tradução: ADITAL
O volume das armas vendidas pelos Estados Unidos ao exterior triplicou em 2011, segundo o relatório apresentado pelo Serviço de Investigação do Congresso, uma entidade independente. Esse relatório é considerado o compêndio de informação disponível ao público mais detalhado que existe sobre as vendas de armas não classificadas. Segundo o documento, em 2011, os Estados Unidos venderam mais armas do que nunca, atingindo um saldo de 66.300 milhões de dólares, três vezes mais em comparação com 2010, quando a venda de armas alcançou 21.400 milhões de dólares. As exportações atingiram quase três quartas partes do mercado mundial, avaliado em uns 85 bilhões de dólares, no qual a Rússia se destaca como segundo maior vendedor, com 4.800 milhões de dólares.
As partidas foram destinadas, sobretudo, aos aliados do Golfo Pérsico, preocupados com o Irã. Seus maiores clientes foram a Arábia Saudita, os Emirados Árabes e Omã, que adquiriram sistemas de mísseis avançados e aviões de última geração.
A venda de armas para a Arábia Saudita somou 33.400 milhões de dólares, o que supõe o maior acordo militar jamais assinado pelos Estados Unidos. O contrato estabelece a venda de 84 novos aviões de combate F-15, a modernização de 70 desses caças e o subministro de três tipos de helicópteros: 70 Apaches, 72 Black Hawks e 36 Little Birds.
Os Emirados Árabes Unidos compraram armas no valor de 4.429 milhões de dólares, entre eles um avançado escudo antimísseis e helicópteros Chinook. Omã também comprou 18 aviões de combate F-15 por 1.400 milhões de dólares.
Entre outros acordos, destaca-se um assinado com a Índia, a quem os Estados Unidos venderam 4.100 milhões de dólares em aviões C-17 e outro com Taiwan, a quem venderam baterias antimísseis Patriot por 2 bilhões de dólares. Esse acordo foi duramente criticado por Pequim.
Com essa política, os Estados Unidos pretendem colaborar com seus aliados no Golfo Pérsico para criar um sistema regional antimíssil que proteja as cidades, as destilarias de gasolina, os oleodutos e as bases militares de possíveis ataques por parte do Irã.
O especialista Francisco Vaquero, Secretário de Organização do Partido Humanista, não descarta que os Estados Unidos estejam preparando seus aliados para possíveis ações militares na zona. Também comenta que os EUA estão interessados em que "sejam criados pontos de tensão” que, garante, vêm a ser "seus pontos de venda de armas”
*GilsonSampaio

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