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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 07, 2012


Consumo de maconha é legalizado no Colorado e Washington



Por Gunter Zibell - SP
Do Terra
EUA: Colorado e Washington legalizam o consumo da maconha
Além da histórica reeleição do presidente Barack Obama e de pleitos locais, alguns Estados também foram às urnas na terça-feira para votar em plebiscitos sobre a legalização da maconha. Colorado e Washington se tornaram os primeiros Estados americanos a legalizar o consumo da droga para uso recreacional, o que é proibido por lei federal. Em outros lugares a maconha já era permitida para fins medicinais.
"Os eleitores falaram e nós temos que respeitar a vontade deles", disse o governador do Colorado, John Hickenlooper, que se opunha a legalização. "Esse vai ser um processo complicado, mas nós pletendemos levá-lo adiante. Isso dito, a lei federal ainda diz que a marijuana é uma droga ilegal, então não vá muito rápido", ponderou o governador, alertando que o resultado não torna o consumo legalizado de imediato.
O referendo do Colorado iniciou um debate nacional sobre as políticas em relação à maconha, com os apoiadores lutando para que o governo federal acabe com a proibição em nível nacional e deixe a decisão para os Estados. Se levada a cabo a decisão, o Colorado estabelece que adultos acima de 21 anos podem possuir 1 onça (28 gramas) ou seis plantas de maconha para uso pessoal. Opositores diziam que a medida vai tornar o Esgado um "paraíso" para o turismo de drogas.
No Estado de Washington, no noroeste do país, a aprovada Iniciativa 502 regular a produção, posse e distribuição de maconha para moradores com mais de 21 anos. A nova lei impõe uma taxa de 25% de imposto quando o produtor vender par ao processador, quando este vende para o comerciante e quando este passa para o consumidor. Estimativas apontam que o Estado pode recolher até US$ 500 milhões anuais em impostos com a decisão, mas a cifra é questionada por opositores da legalização.
Por outro lado, eleitores no Oregon, onde os advogados pró-maconha tinham menos recursos e estavam mais organizados, uma iniciativa que permitiria a produção comercial e a venda da maconha para adultos foi derrota. A Medida 80 estipulava que a droga seria legalizada em lojas licenciadas ao redor do Estado, o consumo não licenciado seria permitido e não haveria restrições para o consumo entre adultos.
No Arkansas, os eleitores rejeitaram a legalização da maconha para uso medicinal, enquanto em Massachusetts medida semelhante foi aprovada.
O sistema federativo americano permite que os Estados tenham regulações próprias sobre diversos temas. Além da maconha, ocorreram plebiscitos sobre o aborto, casamento gay, suicídio assistido, etc.
 Reuters
Diversas variedades de maconha são vendidas em loja de Denver, no Colorado; o Estado já permitia o uso para fins medicinais
*Nassif

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