Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 20, 2012

ENQUANTO ISRAEL ESTÁ ASSASSINANDO EM GAZA, O IMPERIALISMO E A UE FECHAM O CERCO NO MUNDO ÁRABE

A UNIÃO EUROPÉIA RECONHECE OS MERCENÁRIOS ARMADOS QUE ATUAM DENTRO DA SÍRIA



A União Europeia (UE), reconheceu segunda-feira a coalizão dos grupos armados que procuram derrotar o governo sírio do presidente Bashar al-Assad, seguindo os passos da França e da Itália, que já anunciaram apoio.
"A UE considera como legítimo representante das aspirações do povo sírio", disseram os ministros das Relações Exteriores dos 27 países-membros da UE, durante uma reunião em Bruxelas, capital da Bélgica.
Expressando seu desejo de que a nova coalizão, formada em 11 de Novembro, após a assinatura de um acordo em Doha, a capital Qatari, continue  trabalhando com a participação de "todos os grupos  opositores", os ministros europeus se comprometeram " apoiar esta nova coalizão em seus esforços e suas relações com a comunidade internacional. "
Os chanceleres da UE estimularam  os líderes dos grupos terroristas, que atuam na Síria, entrarem em contato com o representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.
As declarações dos chanceleres europeus se produzem após o primeiro-ministro italiano Mario Monti se manifestar em uma coletiva da imprensa, no Qatar, que esta coalizão pode levar a formação de um governo de transição no país árabe.
França, por sua vez, já havia declarado , no sábado,  que iria sediar um novo embaixador para grupos mercenários que atuam na Síria.
Síria, palco de disturbios provocados por grupos terroristas armados desde março de 2011, também sofre com a interferência de alguns países ocidentais e regionais, que, através de apoio financeiro e de armas, pretendem  aumentar a pressão sobre o governo de Damasco com o objetivo de derrubá-lo.
(Nota do tradutor: Afinal, a Síria cumpre um papel na região que não interessa ao imperialismo americano e nem aos sionistas. Síria apóia e financia todas as  resistência palestinas e a libanesa, contra o sionismo)
*GilsonSampaio

Nenhum comentário:

Postar um comentário