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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 13, 2012


JOAQUIM BARBOSA E O ESCÁRNIO EM PARCERIA COM A IMPRENSA

Relator do mensalão diz que condenados não terão direito à cela especial.


Lamentável a atitude do Relator Joaquim Barbosa, de rir, tripudiar e humilhar os RÉUS da Ação PENAL 470. 


Lamentável os "cacos" que sua Excelência insere em meio a leitura de seus votos, descambando para o deboche. 


Vergonhosa a conduta de se fazer porta voz do "PIG" ao reclamar de "demora" no andamento do julgamento, e afrontosa a tática de jogar para a platéia, inclusive se rebelando contra a opinião de outros ministros, passando a ideia de que alguns ali não desejam ser tão "JUSTOS" quanto ele.
 

Agora, sua excelência "coloca o carro na frente dos bois" e vem falar do tipo de Cela que os Réus terão de cumprir suas penas. 


O RELATOR fala como se o processo de julgamento já estivesse terminado, e fala de uma forma que transforma todos os demais ministros em BONECOS submetidos a sua IMPERIAL VONTADE. 


Sempre tive pelo Ministro Joaquim Barbosa a maior admiração, e não é pelo fato de condenar e pedir para condenar integrantes do PT que essa admiração acabou, e sim pela forma como tudo está sendo conduzido. 


Vejo que não o conhecia bem. 


Os holofotes e a transmissão ao Vivo do julgamento do mensalão, revelaram um homem prepotente, arrogante, cruel. 


Alguém que não tem cuidados em não pisar quem está ao seu redor. 


Não cai bem essa parceria de um futuro presidente do STF com o PIG, a fazer do escárnio via declarações inoportunas e precipitadas, conduta que não honra a magistratura do Brasil.


do BLOG DO SARAIVA


POR ZECA DIRCEU* 

José Dirceu, uma das figuras públicas mais conhecidas do país, foi e é um excelente pai. É um ótimo amigo da minha mãe Clara e sempre foi exemplo para mim. 

Nossa relação é de amor, amizade e cumplicidade. 


Ainda adolescente, quando tive vontade de trabalhar, ele me incentivou a vender sorvete e maçã do amor. 


Depois, tornei-me empresário e pude contar com ele. 


Ingressei na política e meu pai esteve ao meu lado. Fui prefeito de Cruzeiro do Oeste, no Paraná, por dois mandatos e hoje sou deputado federal. 


Recebi apoio, carinho e compreensão dele em tudo o que me propus a fazer. Amo muito o meu pai. Tenho orgulho dele. Da coragem na juventude, saindo aos 16 anos de Passa Quatro, em Minas Gerais, para São Paulo. 


Admiro a luta dele e de muitos outros jovens contra a ditadura, o seu papel na redemocratização do país, o seu engajamento no movimento Diretas-Já. 


Inspira-me seu trabalho de construção, organização e modernização do Partido dos Trabalhadores, levando Lula e Dilma Rousseff a três mandatos presidenciais reconhecidos por índices recordes de aprovação pelos brasileiros. 


São governos que transformaram o Brasil, num movimento inédito de distribuição de renda e inclusão social que melhorou muito a vida dos que mais precisam da política e do governo. 


Obviamente não me sinto bem vendo meu pai condenado. O que tem me tranquilizado é perceber que a grande maioria do povo brasileiro sente o que eu sinto: que
esse veredito do STF (Supremo Tribunal Federal) é a maior injustiça já cometida contra um líder político no Brasil. 

Um dos sinais disso é que, apesar de toda a publicidade negativa produzida pelo julgamento, o PT, mais uma vez, foi o partido mais votado no primeiro turno das últimas eleições municipais, com 17 milhões de votos. 


Tenho recebido mensagens de apoio e solidariedade, vindas desde o mais simples cidadão, que pude encontrar nas mais de 200 cidades paranaenses que visitei durante esta campanha eleitoral, até as mais importantes autoridades, que encontro no dia a dia de Brasília. 


A injustiça não é só contra meu pai, é contra a política. 


Contra o Brasil, contra o Estado Democrático de Direito. 


Principalmente pelos dois pesos e duas medidas que a imprensa e o STF adotam. 


O “mensalão” do PSDB é mais antigo, mas não há a mesma pressa nem os atropelos para o julgamento, como foi feito com a ação 470. 


O que eu desejo é que esses erros sejam corrigidos no futuro. 


Que cidadãos comuns e políticos não sejam condenados sem provas, apenas porque “parecem ser culpados”, ou porque “não tinham como não saber do crime”. 


A certeza que carrego comigo é a mesma que minha família e minha avó, dona Olga, hoje com 91 anos, tinham na década de 60, quando meu pai foi preso pela ditadura: será muito difícil. 


Muitos não compreenderão isso neste primeiro momento. Mas os anos vão passar. Deus dará saúde ao meu pai e, mesmo que seja após muitos anos, como foi na ditadura, ele, o Zé dos petistas, vai dar a volta por cima. 


Sua luta por um Brasil melhor continua, com Lula e com Dilma, de mãos dadas com a ampla maioria do povo brasileiro -um povo de bem, que não se deixa enganar nem pela mídia nem pelos equívocos históricos de um tribunal que julga sob pressão.
 

Força, pai, para mais uma batalha! 


*Zeca Dirceu é deputado federal (PT-PR) 

Fonte: PT na Câmara Postado 

por BLOG DE UM SEM-MÍDIA 

Senhores do STF: onde estavam na ditadura?


Emir Sader em Carta Maior. 

O STF faz o Brasil se sentir constrangido
pelo seu Judiciário, pela não observância da Lei Penal e da Jurisprudência consolidada da Corte, pelo exibicionismodos juízes que o compõem. 

Um país em que ainda sobrevivem tantos vestígios da ditadura – o período mais brutal da sua história – deveria ter um STF cujos membros deveriam ter tido notável atuação na luta contra a ditadura, que tivesse tido a coragem de jogar sua vida na luta pela democracia 


Nada disso acontece. Os brasileiros não tem conhecimento de onde estavam esses senhores quando os melhores brasileiros jogavam o melhor que tinham contra a ditadura e pela democracia. 


Esses senhores acham que, se por acaso José Dirceu e Genoino quisessem fugir, teriam necessidade de passaporte? 


Esses senhores que envergonham o Brasil confirma que não tem ideia do que é a luta clandestina contra a ditadura. 


Certamente viviam suas vidas, enquanto outros se jogavam contra o arbítrio, contra o Estado de terror que prendia,torturava, assassinava a tantos brasileiros.
 

Podem ficar com os passaportes, senhores juízes do STF, o que nao podem tirar é a dignidade de quem lutou contra a ditadura enquanto os senhores gozavam das suas vidas nos seus trabalhos profissionais, no recôndito das suas famílias, do seu conforto familiar, guardando a dignidade que tivessem nos cofres bancários. 


Podem tomar lições dos que lutaram contra a ditadura com a Presidenta Dilma, basta rever a resposta dela para o prócer da ditadura, Agripino Maia, no Congresso. 


Aí poderão aprender um pouco o que é dignidade,
aprender como não é com passaportes que se defende a democracia, que se luta contra os que foram coniventes com a ditadura, por ação ou por omissão. 

Fiquem com os passaportes. 


A dignidade dos que lutaram contra a ditadura, ninguém tira nem tirará jamais. 


Postado por Emir Sader


do blog OLHOS DO SERTÃO
*cutucandodeleve 

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