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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 25, 2012

Gilberto Carvalho, ministro da secretaria-geral do governo Dilma, a Kennedy Alencar: "Por que só com o PT? Por que só esse caso? Por que fazer o julgamento em pleno tempo de eleições municipais? Por que essas penas severas deste modo?"







*OPensadordaaldeia

Senado deve votar impeachment de Fux

Fux falou que o processo (do mensalão) não tinha prova’, diz Carvalho.

Segundo o ministro Gilberto Carvalho, em entrevista ao programa “É Notícia”, de Kennedy Alencar, da RedeTV, (assista abaixo) Fux o procurou e disse que o processo do mensalão “não tinha prova nenhuma” e que “tomaria uma posição muito clara”.
Antes, numa entrevista à Folha (*), Fux confessou que pediu apoio aos ministros Palocci, Delfim Netto, a João Pedro Stedile, Paulo Maluf e ao governador Sergio Cabral, do Rio, o maior beneficiário da decisão de Fux de “fechar” o Congresso para não votar os vetos aos royalties.
Nessa entrevista à Folha, Fux prometeu “matar no peito”, na hora de votar o mensalão (o do PT).
Por falar em “matar no peito”, Mauricio Dias, na Carta Capital (onde, esta semana, trata do Ministério Público – “Criei um monstro”) faz um comentário à histórica decisão do Ministro Fux que beneficiou Sergio Cabral:

Fux mata no peito

Caso a Câmara aprovasse uma lei pela qual o Supremo Tribunal Federal fosse obrigado a julgar os processos na ordem cronológica de ingresso, o que aconteceria?
Muito provavelmente o STF diria tratar-se de indevida intromissão na sua regulação interna.
Como pode o Ministro Fux intervir no regimento do Congresso ao declarar inconstitucional a aprovação do pedido de urgência para os royalties?
No gabinete dele os processos são despachados por ordem de chegada? Ou será que urgência só existe para o Judiciário, não para o Legislativo e o Executivo?
Os votos do Ministro Fux estão irremediavelmente sob suspeita.
O depoimento de Gilberto Carvalho o incrimina de forma inequívoca.
Como é que um “candidato” – Viva o Brasil ! – a Ministro do Supremo visita um Ministro de um Governo petista e promete a este Ministro petista que “tomaria uma posição muito clara” num processo que “não tinha prova nenhuma” e incriminava líderes?
Onde é que nós estamos?
Com que mais ele fez campanha?
Com o Daniel Dantas?
Com o Padim Pade Cerra?
Não cabe nem julgar se essa promessa de “matar o mensalão (o do PT) no peito” foi decisiva para ser indicado.
O que importa é que a “campanha” é inequivocamente espúria.
Desonra o Supremo.
Não importa saber se ele “não entregou” o que prometeu.
E quando o PiG (**) começou a votar, ele amarelou.
Amarelou e ingressou de armas, bagagens e caderno telefônico nos Chinco Campos (***).
O que importa é o processo, é o meio.
É a tecnologia de chegar ao mais alto posto da Magistratura.
O que jovens juízes, idealistas, que acreditam na Lei e na Justiça, hão de pensar da vida e de seu futuro?
“O que tenho que fazer para chegar ao Supremo?”
“Com quem tenho que conversar?”
“O que devo prometer?”
O que o cidadão há de pensar das “decisões” do Ministro Fux?
O Senado perdeu a histórica oportunidade – na verdade, o seu Presidente, José Sarney – de abrir um processo de impeachment de Gilmar Dantas (****), tal qual proposto com argumentos irrefutáveis pelo Dr Piovesan.
Onde estão os petistas do Senado?
O Suplicy, o Pinheiro, o Vianna?
Ou ali só se salvam o Collor e o Requião, que denuncia o Golpismo com todas as letras?
Se o Senado – o único instrumento constitucional de censura a um ministro do Supremo – se calar diante das promessas de campanha do Ministro Fux estará aberto o caminho para campanhas similares preencherem as vagas do trânsfuga Ayres Britto e do decano Celso de Mello, aquele que o PiG (**) quer transformar em mentor intelectual do presidente Joaquim Barbosa.
(Clique aqui para ler “a Dilma tem a ver, sim, com o mensalão” e aqui para ler “Como a Dilma pode ter maioria no Supremo”.)
O Requião diz que o Congresso transformou-se numa ameba, porque tem o rabo preso.
Tem o PT vermelho, do Marco Maia, que disse não ao Barbosa e, certamente, contribuiu para que a Democracia caísse na cilada do Gurgel.
Mas, tem também o PT amarelo, o Odarelo.
Esse PT Odarelo é o que, aparentemente, predomina no Senado.
E, nesse intervalo natalino, o próximo Ministro do Supremo deve estar a prometer ao Felipão, ao Faustão e ao Gilberto Carvalho que vai “matar os tucanos” com um tiro no peito …
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Ao proferir seu Canto do Cisne e ameaçar o Presidente da Câmara com a cadeia, o decano Celso de Mello citou Chico Campos, o redator da “Polaca”, a Constituição ditatorial de 1937. Em homenagem a ele e a Chico Campos, o Conversa Afiada passa a referir-se aos Cinco Constituintes do Supremo – Celso de Mello, (Collor de) Mello, Fux, Barbosa e Gilmar – como os “Chinco Campos”. E lembra que Rubem Braga, quando passava de bonde pela Praia do Flamengo e via acesa a luz do apartamento do Chico Campos, dizia: “Quando acende a luz do apartamento do Chico Campos há um curto-circuito na Democracia”.
(****) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…
*comtextolivre

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