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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 29, 2012


Haddad vai devolver taxa de inspeção de carros em SP

O paulistano que pagar pela inspeção veicular em 2013 terá o reembolso da taxa, reajustada nesta semana para R$ 47,44 pelo atual prefeito Gilberto Kassab (PSD). Em entrevista ontem à Rádio Bandeirantes, o futuro secretário de Governo, Antonio Donato (PT), revelou que um projeto de lei para acabar com a cobrança vai chegar à Câmara Municipal no dia 1.º de fevereiro.
Segundo Donato, os donos de carros com placas de final 1, que terão de passar pela inspeção em fevereiro, já vão ter o reembolso da taxa, que vale assim que o Legislativo aprovar o projeto. A proposta também vai incluir uma mudança na obrigação da inspeção: só carros com cinco anos de fabricação passarão pelo teste.
"Nos países desenvolvidos a inspeção só começa depois de quatro anos. Certamente vamos mudar o que nós chamamos de 'frota alvo'", disse o futuro secretário e coordenador da campanha de Fernando Haddad. Donato afirmou que espera rapidez da Câmara na votação.
"A gente vai ter de manter a inspeção nos moldes atuais até a aprovação da proposta. Vamos fazer o debate necessário na Câmara, mas foi um tema também já muito debatido na campanha." Donato argumentou que o orçamento de 2013 comporta a mudança. O custo para acabar com a taxa da inspeção é estimado em R$ 180 milhões, valor que não consta na previsão de gastos do Executivo.
O futuro secretário criticou o modelo em vigor para a inspeção, criado na capital em 2008. "Precisamos estudar todas as possibilidades. Temos mais de 30% da frota que não é licenciada, portanto não passa pela inspeção. Temos um programa que de fato tem problemas de execução. Se ele for feito de outra maneira, poderemos até dar uma resposta melhor na área do meio ambiente."
Kassab afirmou ontem que o reajuste de 6,9% ocorreu por ser "contratual" e "obrigatório".
Sobre o fato de que a gestão Haddad devolverá o dinheiro para quem fizer a inspeção veicular, Kassab disse que isso foi um "compromisso de campanha" do petista. "É legítimo isso, é um compromisso que ele tem. Acho correto, se essa é sua vontade. É uma decisão política, não é técnica", afirmou.
Transporte
O futuro secretário de Governo também adiantou que o bilhete único mensal (modelo no qual o usuário pagará uma tarifa única e poderá andar de ônibus quantas vezes quiser) será colocado em prática a partir do segundo semestre. "O bilhete único mensal não precisa de aprovação na Câmara. Temos de mudar os validadores dos veículos, fazer as adaptações tecnológicas necessárias", disse Donato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
*Yahoo

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