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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 27, 2012

Dilma sanciona lei que cria o vale-cultura para o trabalhador


Dilma sanciona lei que cria o vale-cultura para o trabalhador



O benefício será mensal, no valor de R$ 50,00 Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
O benefício será mensal, no valor de R$ 50,00
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação
DIOGO ALCÂNTARA
Direto de Brasília
A presidente Dilma Rousseff sancionou, nesta quinta-feira (27), a lei que cria o vale-cultura, um crédito que vai funcionar nos mesmos moldes dos auxílios alimentação, refeição e transporte. O benefício será mensal, no valor de R$ 50,00, e pago pelos empregadores preferencialmente por meio eletrônico (cartões). 

"Hoje a presidente Dilma está sancionando muito além do vale-cultura. Ela está sancionando o alimento da alma", disse a ministra da Cultura, Marta Suplicy, após a sanção da lei pela presidente. "Existe uma enorme sede de conhecimento, de cultura da população", acrescentou a ministra.
O benefício vale para os trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos e será distribuído pelas empresas que aderirem ao programa Cultura do Trabalhador. O dinheiro deve ser usado na compra de produtos ou serviços culturais, como livros, ingressos para cinemas, teatros e museus. As empresas poderão descontar do trabalhador até 10% do Vale-Cultura, mas ele terá a opção de não aceitar o benefício.
"Temos agora de regulamentar a lei e vamos precisar de ações de conversa. Pode ser que saia antes, mas nosso limite é julho. Acredito que, até julho, o trabalhador possa estar com este recurso em mãos. Isto não é obrigatório para as empresas, como não é obrigatório para o trabalhador", explicou Marta Suplicy.
*Terra

Na sanção do Vale-Cultura, Marta enfatiza liberdade de escolha do trabalhador

Ministra afirma que medida vai beneficiar produtor e mudar a maneira como a sociedade entende a cultura
Publicado em 27/12/2012, 17:18
Última atualização às 17:47
Na sanção do Vale-Cultura, Marta enfatiza liberdade de escolha do trabalhador
A expectativa é de que o benefício esteja à disposição dos trabalhadores no segundo semestre de 2013 (Foto: Roberto Stuckert Filho. Planalto)
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff sancionou, na tarde de hoje (27), a lei que institui o Vale-Cultura. Em entrevista coletiva após o evento, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, enfatizou o acesso a bens culturais e a liberdade de escolha dos trabalhadores, que poderão optar entre assistir um espetáculo, comprar livros ou juntar o dinheiro para aquisição de um produto cultural de maior valor, por exemplo. O projeto de lei foi aprovado pelo Senado em 5 de dezembro deste ano e a expectativa é de que o processo de regulamentação demore seis meses. 
“É um benefício em duas frentes. Possibilita o acesso da população à cultura e o direito de escolha do trabalhador, que pode decidir o que quer usufruir. Por outro lado, beneficia o produtor cultural com mais gente para ver sua produção. Acredito que vamos perceber a sociedade como um antes e depois do Vale-cultura. A presidenta Dilma está sancionando mais que um programa, é alimento para a alma”, disse Marta. A ministra estima que o programa beneficie até 17 milhões de trabalhadores quando estiver em pleno funcionamento.
O Vale-Cultura consiste em um benefício semelhante ao Vale-Refeição, no valor de R$ 50, repassado ao trabalhador registrado que ganhe até cinco salários mínimos. Esse valor pode ser gasto em cinemas, shows, teatro, aquisição de DVD ou de livros, entre outras coisas. A ministra afirmou que não haverá limitação ao uso do Vale-Cultura, nem condicionantes em relação ao consumo de espetáculos ou mostras que já recebam incentivos de outra ordem.
O empregador que conceder esse benefício aos seus funcionários poderá abater o valor de R$ 45 por pessoa no Imposto de Renda, limitado a até 1% do valor bruto de sua renda, além de descontar do trabalhador até 10% do valor do vale. O funcionário que não se interessar em receber o Vale-Cultura pode optar por não tê-lo, assim como as empresas não serão obrigadas a conceder o benefício.

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