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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 18, 2012

Sentimento Anti Lula ou a credibilidade da grande mídia em baixa?

A percepção geral dos internautas, nas redes sociais, não mudou muito com relação aos meses anteriores. Lula tem um apoio muito forte da militância e dos simpatizantes, enquanto os opositores criticam Lula diretamente, desta vez, “animados” pelas recentes denúncias levadas a público pela grande mídia.
A hashtag #MexeuComLulaMexeuComigo mobilizou o Twitter, neste final de semana, de uma maneira bem intensa, com vários tweets de apoio ao ex Presidente. Os apoiadores aproveitaram ainda os recentes números divulgados pelo DataFolha, que dizem que tanto o ex Presidente quanto a Presidenta Dilma venceriam as eleições em 2014, ainda no primeiro turno, para comentar a força de Lula junto à população mesmo após 2 anos afastado do Palácio do Planalto
Enquanto os opositores atacam Lula e os acusados na AP 470 (e em menor escala, por enquanto, a Presidenta Dilma), os militantes da base aliada e apoiadores, denunciam os exageros de parte da mídia e do próprio STF, mais do que a própria oposição “política”, já que veem na mídia o maior opositor.
O que se pode concluir, através das análises nas redes sociais, que a grande exposição nos últimos meses contra o governo e o ex Presidente Lula, nao teve a aderência que se imaginava, mediante os resultados eleitorais e dos últimos resultados publicados pelo DataFolha e Ibope, que mostra o contrário, ou seja, os que “confiam muito” na imprensa caiu de 31% para 22% e os “não confiam” de jeito nenhum nos jornais subiu de 18% para 28%. Conforme post do portal de noticias Brasil 247 e em blogs como por exemplo o Blog da Cidadania.
A seguir, algumas manifestações de apoio e de críticas ao ex Presidente:
CRÍTICAS:
Página do PSDB com charge contra Lula, ironizando a mobilização petista:
GRÁFICOS
Comparando com os meses de julho e agosto, como exemplo, onde neste período estava em plena disputa eleitoral e julgamento do STF sendo transmitido diariamente e ao vivo, além dos telejornais, rádios, jornais, revistas, blogs, redes sociais e debates nos canais fechados, como a GloboNews.
A média de menções a Lula manteve números equivalentes, principalmente nos dias 15 e 16/12, quando os internautas usaram a hashtag #mexeucomLULAmexeucomigo de forma mais intensa. O “tuitaço”, convocado para dia 14/12, teve desdobramentos durante todo o fim de semana.
Citações a Lula Julho – 2012
Citações a Lula Agosto – 2012
Entre os dias 14 e 17 de dezembro – 2012
Quando observamos apenas os números da hashtag #mexeucomLULAmexeucomigo, temos o seguinte resultado:
Citaçoes HasTag #MexeuComLulaMexeuComigo 14 a 17 de Dezembro
É importante ressaltar que nos dias 15 e 16 muitas menções ao ex Presidente não continham a hashtag, mas o apoio ao Lula continuava forte, como podemos ver no gráfico abaixo. Para este monitoramento, classificamos várias menções ao ex Presidente como “#MexeucomLula”, para facilitar a percepção da rede nestes dias.
Nestes dias monitorados, a maioria do sentimento foi “positiva”, como podemos ver no gráfico abaixo:
OBS: Sistema utilizado para análise e monitoramento foi o LiveBuzz da

O gosto do STF pelas crises institucionais


Por O Escritor

O estranho gosto do Supremo pelas crises institucionais – Ou "Você levanta, que eu corto".

1. O Caso do Grampo Inexistente.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello, denuncia, às vésperas da eleição presidencial de 2006, que três ministros do TSE (dois dos quais também ministros do Supremo Tribunal Federal), foram grampeados. Na entrevista do link abaixo, Marco Aurélio insinua que o PT foi o responsável pelo grampo e revela o alvo de seus sonhos:

"O presidente Lula pode ter o registro cassado?

"Marco Aurélio Mello - Temos dois procedimentos: um penal – o inquérito que está na polícia – e o outro eleitoral. A investigação pode chegar à impugnação ou cassação do registro ou do diploma, se o presidente for reeleito. Mas precisamos agir sem açodamento. Não há tempo hábil para chegar a uma conclusão antes das eleições, a não ser que se faça justiçamento e não justiça."

A Polícia Federal conclui, depois de investigação: não houve grampo algum. Comentário do ministro Marco Aurélio: "Faz de conta que não houve grampo".

A crise institucional foi amplamente explorada pela grande mídia, na esperança de que provocasse a queda de Lula.


2. O Caso do Grampo sem Áudio.

O presidente do STF, Gilmar Mendes, afirma em 2008 que chamará o presidente Lula "às falas" por causa de uma suposta gravação de uma conversa dele, Gilmar Mendes, com ... Demóstenes Torres, gravação atribuída à Abin e revelada pela revista "Veja". O ministro Marco Aurélio Mello afirma que "a bisbilhotice passou a ser generalizada". Os ministros se reúnem extraordinariamente para traçar uma decisão em conjunto. Acuado, até mesmo pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim, Lula é obrigado a demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.

Sabe-se hoje que o grampo tinha a marca "made in Cachoeira/Veja", que a demissão de Paulo Lacerda visava conter o ímpeto investigativo da PF e que Demóstenes Torres, senador agora cassado, era um dos integrantes do bando do banqueiro do bicho.

A crise institucional foi amplamente explorada pela grande mídia, na esperança de que provocasse a queda de Lula.


3. O Caso do Estupro da Constituição.

Cinco brasileiros decidem desrespeitar a Constituição e afrontar o Legislativo, sob a ameaça de retaliações caso não seguissem o roteiro traçado para eles (aqueles dossiês...).
A crise institucional será amplamente explorada pela grande mídia, na esperança de...



Também do Blog TERRA BRASILIS.

STF Joga Bosta na Constituição


A decisão do STF em relação a cassação automática dos políticos envolvidos no processo do suposto "mensalão" revela situações importantes para o futuro do Brasil.

Mostra o quão hipócritas podem ser os juízes do órgão maior da justiça brasileira, quando se posiciona de forma contrária a uma decisão tomada por eles próprios em 2011 quando do julgamento da perda de mandato de um vereador.

Confirma o Golpe Institucional tão apontado pela mídia alternativa e blogs.

E abre uma Crise Institucional sem precedentes no Brasil Democratizado pós 1964-1985.

É vergonhoso o quanto os "Pavões Togados" podem ser parciais e subservientes a uma oposição golpista e canalha, servindo de braço armado destes desclassificados vilipendiadores do patrimônio brasileiro, que fazem de tudo para voltar ao poder... Na tora, como dizemos aqui em Pernambuco.

O povo tem que apoiar o Congresso nacional e ir às ruas se preciso for... Lutamos muito para nos livrar de uma Ditadura Militar e não aceitamos esta Ditadura Institucional enfiada "goela abaixo" do já tão sofrido cidadão brasileiro.

Diz a Constituição Brasileira no seu artigo 55:

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

A Constituição Brasileira não é a Geni da bela música de Chico Buarque, mas o STF "jogou bosta" nela... E, como dizemos aqui em Pernambuco, a "merda vai virar boné"...


Leandro Fortes: "O Brasil precisa reagir a isso. Agora.": Leandro Fortes

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Feras togadas 

 

Da Carta Capital - 18.12.2012 09:02

 

Leandro Fortes
Lembro-me de ter comentado muitas vezes, com autoridades do governo e parlamentares, inclusive, que a mim era inexplicável a precariedade das escolhas feitas pelo presidente Lula para as vagas do Supremo Tribunal Federal. Para mim, e tenho essa impressão até hoje, mudar o STF seria mudar o Brasil, digo, o Brasil arcaico, dominado pela Casa-Grande, pelos juízes distantes da realidade do povo e a serviço das mesmas elites predatórias oriundas do Brasil-Colônia.


 Foto José Cruz/Agência Brasil


Não sei se realmente influenciado pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ou, simplesmente, porque não percebeu a dimensão exata dessa necessidade, Lula chegou ao ponto de nomear um fanático religioso para o STF, Carlos Alberto Direito, justo quando o Brasil e o mundo começavam a discutir questões fundamentais de cidadania e saúde – como a união civil de homossexuais, o uso de células-tronco e o aborto de anencéfalos – combatidas, justamente, pela turma de cruzados católicos da qual Direito, já falecido, fazia parte.

O resultado desse processo errático de escolhas, ora vinculado a indicações de terceiros, ora pressionado por desastrosas opções partidárias e corporativas, teve seu ápice na indicação de Luis Fux, por Dilma Rousseff, cuja patética performance de candidato ao cargo na Suprema Corte tornou-se pública, recentemente.

O resultado é, na parte risível, esse show de egolatria de ministros amplamente compromissados com a audiência da TV Senado e os elogios de ocasião da turba de colunistas da velha mídia reacionária do País, ainda absorta em múltiplos orgasmos por conta das condenações do mensalão.

O chorume que desce entulho tóxico, contudo, não é nem um pouco engraçado.
No mensalão, para agradar comentaristas e barões da mídia, a maioria dos ministros se enveredou pela teoria do domínio do fato apenas para condenar José Dirceu e José Genoíno, troféus sem os quais dificilmente seria ovacionada nas filas dos aeroportos e nos restaurantes de Higienópolis. Condenaram dois cidadãos sem provas para tal.

Ato contínuo, a maioria dos ministros passou por cima da Constituição para agradar a mesma plateia e o STF avocou para si o direito de cassar mandatos parlamentares. Colocou em guarda, assim, a direita hidrofóbica e seus cães de guarda da mídia, certos de que com aliado tão poderoso o problema da falta de votos estará, enfim, resolvido.

Como em Honduras e no Paraguai.

Agora, o ministro Fux decide, monocraticamente, interditar uma votação soberana do Congresso Nacional. A pedido das bancadas do Rio e do Espírito Santo, derrubou a urgência aprovada pela maioria dos parlamentares para apreciar os vetos presidenciais sobre uma nova forma de distribuição dos royalties em contratos em andamento.
 
O Brasil precisa reagir a isso. Agora.



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*Saraiva

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