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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 22, 2012

Os tucanalhas estão acabando com São Paulo, pelo quarto mês seguido, violência aumenta em SP

 

Pelo quarto mês seguido, violência aumenta em SP
Em 11 meses, casos de homicídio já superam o total de todo o ano passado
Na capital, índice de aumento dos casos de homicídio foi maior do que em todo o Estado de SP e chegou a 50%
AFONSO BENITES DE SÃO PAULO Pelo quarto mês seguido, São Paulo registrou alta em seu índice de homicídios. Comparando novembro deste ano com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 32%.
Com os 470 registros de assassinatos, o Estado já teve nesses onze meses mais casos do que no ano passado inteiro. De janeiro a novembro, foram 4.306 ocorrências com 4.644 vítimas (em um caso pode haver mais de uma vítima), enquanto que em todo o ano de 2011 foram 4.194 registros com 4.403 mortes.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a violência está retrocedendo em dezembro.
A onda de crimes, que já vitimou ao menos 106 policiais militares, foi um dos motivos da troca do comando da Secretaria da Segurança Pública e das polícias Civil e Militar no mês passado.
O então ocupante da pasta, Antonio Ferreira Pinto, insistia em dizer que o Estado não enfrentava uma crise. Logo em suas primeiras declarações, seu sucessor, Fernando Grella Vieira, deixou claro que o momento vivido pelo Estado se tratava, sim, de uma onda de violência.
'FORÇA ABUSIVA'
Na capital paulista, o índice de aumento dos casos de assassinatos foi maior do que em todo o Estado -chegou a 50%. Foram 144 ocorrências em novembro deste ano, contra 96 no ano passado.
"Estávamos vivendo um momento em que a política de segurança se baseava na força abusiva da PM e sem contar com o trabalho de inteligência da Polícia Civil. Isso gerou um ciclo de violência que resultou na série de mortes", afirmou a diretora do Instituto Sou da Paz, Luciana Guimarães.
Para ela, São Paulo ainda é o Estado com os melhores índices do país, mas a atual crise acendeu um sinal de alerta no governo Alckmin.
A alta, segundo ela, fez com que houvesse a preocupação de o Estado voltar aos índices do fim da década de 1990, quando a taxa de homicídios por 100 mil habitantes era de 35,5. Hoje, a taxa é de 11,18.
"Os números não estavam iguais aos de 15 anos atrás, mas o discurso do governo era o mesmo, de combate à violência com mais violência. Com a troca de secretário, isso parece ter mudado."
Outros crimes que tiveram alta no Estado em novembro, em comparação com o mesmo período de 2011, foram tentativa de homicídio (50%), estupro (26%) e furto de veículo (2%). As principais quedas foram no roubo a banco (-20%), latrocínio (-13,8%) e roubo de carga (-7,9%).
Ontem, a Segurança Pública não comentou os dados.

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