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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 26, 2015

Em 15 de abril, os representantes dos países-membros do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)

Rublos e yuans

BRICS podem concretizar estratégia da parceria econômica na cúpula de 2015

© Sputnik/ Aleksandr Demyanchuk

Segundo embaixador especial da chancelaria russa, o Ocidente continua pressionando o grupo.
Em 15 de abril, os representantes dos países-membros do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) irão analisar um projeto conjunto de pareceria econômica russo-chinesa. O documento faz parte de uma estratégia comum da parceria econômica dos BRICS, comenta o sous-sherpa da Rússia no grupo, embaixador especial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Vadim Lukov.
A versão definitiva desta estratégia pode ser aprovada na próxima cúpula dos BRICS, que terá lugar em julho do ano em curso na cidade de Ufa, na Federação da Rússia.
A Rússia assumirá a presidência rotativa do grupo a partir de 1 de abril.
Confrontação
O embaixador Lukov comentou também que o grupo BRICS está sentindo uma clara "pressão" por parte do Ocidente, especialmente nos assuntos relativos à reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e à situação na Ucrânia.
Contudo, Lukov sublinha que o BRICS não pretende confrontar ninguém.
"Nós consideramos que a melhor resposta [à confrontação imposta pelo Ocidente] será a não participação da polêmica com essas forças. Eles têm o seu próprio programa e é muito difícil convencê-los da nossa não conflituosidade, por muito que falemos e expliquemos isso", disse o sous-sherpa da Rússia.
Em 2014, os países-membros do grupo BRICS formalizaram a criação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS e do Arranjo Contingente de Reservas, instrumentos financeiros alternativos ao FMI. Contudo, os responsáveis por esses mecanismos afirmam que o seu objetivo não é substituir completamente o FMI, senão oferecer uma opção de escolha.
Vice-chanceleres dos BRICS discutirão Oriente Médio
A Rússia prevê também uma reunião de vice-ministros das Relações Exteriores dos BRICS em abril ou maio de 2015, comenta o sous-sherpa Lukov. O foco da reunião será o Oriente Médio.
Já o encontro anual ao nível de ministros das Relações Exteriores terá lugar em setembro em Nova York. Segundo Lukov, "são o lugar e a época tradicionais para estas reuniões".
Argentina ainda não entra nos BRICS
Além disso, o embaixador Lukov declarou que ainda não há planos de aceitar a Argentina no seio dos BRICS.
No ano passado, após a cúpula dos chefes de Estado dos BRICS no Brasil, surgiramespeculações sobre a possibilidade de os BRICS se acrescentarem o "A" da Argentina.
Lukov explicou que há propostas de parceria que os BRICS oferecem à Argentina, mas ainda não se trata da adesão do país ao grupo.


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