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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 29, 2015

Novo Partido dos Panteras Negras quer 'armar cada negro dos EUA'

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Novo Partido dos Panteras Negras quer 'armar cada negro dos EUA'
Cerca de 40 membros do Novo Partido dos Panteras Negras tomaram as ruas de Austin no Texas, para condenar os recentes assassinatos de civis negros. Armados com armas de grosso calibre, eles disseram que teve como objetivo patrulhar suas próprias comunidades e incentivar o acesso a armas.
O protesto na capital do estado do Texas, na segunda-feira coincidiu com o SXSW (South by Southwest) festival, que celebra a música e o cinema. No entanto, os membros fortemente armados Novo Panteras Negras, que carregavam rifles Kalashnikov e AR-15 chamou a atenção de muitos, porque eles cantavam músicas em sua demonstração de força.
Mostrar as suas armas não foi o principal motivo para eles marcharem pelas ruas. O movimento estava protestando pela morte de um número de negros desarmados, como o adolescente Michael Brown e Eric Garner, com quem eles acreditam que foram os resultados da brutalidade policial.
O Novo Partido dos Panteras Negras é uma organização política negra que não é um sucessor oficial do partido socialista dos Panteras Negras que estava ativo nos anos 60 até o início dos anos 80.
Em novembro, dois membros do Novo Partido dos Panteras Negras foram acusados em Ferguson, pela polícia, por suspeita de que eles estavam indo para detonar bombas na área. Brandon Orlando Baldwin e Olajuwon Davis também foram indiciados sob a acusação de compra de duas pistolas de um traficante de armas de fogo sob falsos pretextos.

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