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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 28, 2015

Cuba freou o avanço do ebola na África Ocidental

Do Diário Liberdade

Após seis meses, 202 dos 256 trabalhadores da saúde cubanos que combateram o vírus do ebola na África Ocidental voltaram para seu país natal (foto), como heróis. Porém, os meios de comunicação internacionais, controlados pelo grande capital, censuram e se calam sobre a grande ajuda humanitária prestada por esses profissionais aos povos da Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países mais infectados pela epidemia. 

Em programa da emissora Cubainformación, jornalistas analisaram o papel dos médicos cubanos no combate ao ebola e o silêncio da mídia capitalista a esse respeito. 

"Cuba freou o avanço do ebola na África Ocidental", afirmaram, destacando que o governo cubano foi o primeiro a atender o pedido da Organização das Nações Unidas (ONU), de impedir a disseminação da doença nos países da África e do mundo. 

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Ressaltaram que os médicos e o governo de Cuba não ajudaram no combate ao ebola por interesses econômicos, mas exclusivamente humanitários, e que o objetivo foi cumprido por parte deles, apesar de que a doença ainda não foi controlada e ainda é um grande perigo, mesmo com os meios de comunicação não dando mais tanta importância ao assunto, já que a Europa e os EUA estão a salvo da epidemia, criticaram. 

Lembraram do médico Félix Báez, que contraiu a doença em Serra Leoa no final do ano passado e que foi tratado na Suíça. Ele se recuperou, voltou a Cuba, e logo em seguida viajou novamente para a África, mostrando um claro sentimento de solidariedade e comprometimento, em um ato de heroísmo para ajudar mais pessoas a escapar da doença mortal. Juan Rodríguez, outro profissional da saúde que estava em missão na África, não teve a mesma sorte e faleceu de malária na Libéria.  

Entidades internacionais homenagearam os profissionais cubanos por sua dedicação em ajudar as pessoas dos países afetados, como os Médicos Sem Fronteiras e o presidente de Serra Leoa, que reconheceram o papel de Cuba na luta contra o ebola, conforme recordaram os analistas. 

Por sua vez, o ensaísta e jornalista Enrique Ubieta Gómez, em um artigo no jornal Granma, recordou que o ministro de Relações Exteriores da Libéria também reconheceu o importante papel desempenhado por esses trabalhadores humanitários. "Para os médicos cubanos, não importava o risco: vieram do outro lado do oceano para nos ajudar como irmãos." 

Para Gómez, a ajuda médica cubana na África Ocidental é "uma das práticas solidárias mais exemplares de nosso tempo". 

No final de janeiro deste ano, o número de casos semanais nos três principais países afetados caiu para menos de 100. Em setembro do ano passado, foram registrados cerca de mil casos de ebola, o que mostra uma diminuição nos casos. Porém, a ONU afirma que o vírus continua a representar uma "ameaça à vida e ao futuro das crianças, das famílias e comunidades" nos três países africanos mais atingidos. 

Desde janeiro de 2014, aproximadamente 10 mil pessoas morreram por causa da doença, segundo a ONU.

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