Agora é mundial: Fórum Social pede regulação democrática da mídia
Miguel do Rosário
A mídia brasileira vai tentar esconder, mas os movimentos sociais que pedem a democratização da mídia ganharam um aliado poderoso: o Fórum Social Mundial, realizado este ano na Tunísia, dentro do qual aconteceu também o Fórum Social de Mídias Livres.
Após dias de intenso debate, os participantes do encontro aprovaram uma carta em que pedem “marcos democráticos de regulação da comunicação, por meio de órgãos independentes, o apoio aos meios de comunicação comunitários e a independência da mídia pública em relação ao governo e ao mercado.”
O governo brasileiro, se tiver inteligência e coragem, poderá usar o fato para levar adiante o debate sobre a democracia na mídia.
O ministro da Comunicação, Ricardo Berzoini, sempre que aborda o tema, fala que ouvirá a sociedade.
Ótimo, mas se o governo esperar que a defesa por um sistema de comunicação mais democrático venha dos próprios meios de comunicação que se beneficiam do oligopólio atual, então nada vai mudar nunca.
A nossa mídia corporativa, que se consolidou na ditadura, não irá, jamais, entregar seu poder de graça. Isso é até compreensível.
O que não é compreensível é o governo renunciar, de graça, a uma das bandeiras principais dos movimentos que lhe sustentam, e aliar-se à mídia que trabalha diuturnamente para lhe destruir.
E a cada dia que o governo não faz nada, ele está se aliando a essa mídia, e, portanto, perdendo força e dando força a seu adversário.
Berzoini, ponha a cabeça para fora da janela: agora não são apenas todos os movimentos sociais do Brasil a pedir a democratização da mídia, agora são movimentos sociais do mundo inteiro!
O que mais você quer?
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Fórum Social Mundial lança carta pela mídia livre
28 DE MARÇO DE 2015 ÀS 10:00
Ana Cristina Campos – Enviada Especial da Agência Brasil
A Carta Mundial da Mídia Livre, com princípios e ações estratégicas para promover uma comunicação democrática em todo mundo, foi lançada hoje (28) na Assembleia de Convergência pelo Direito à Comunicação, no último dia do Fórum Social Mundial, na Universidade El Manar, em Túnis, capital da Tunísia.
Entre as prioridades estabelecidas no documento estão o desenvolvimento de marcos democráticos de regulação da comunicação, por meio de órgãos independentes, o apoio aos meios de comunicação comunitários e a independência da mídia pública em relação ao governo e ao mercado.
A carta também defende a governança democrática da internet, incluindo a garantia de neutralidade da rede, o direito à vida privada e à liberdade de expressão, além da universalização do acesso aos meios de comunicação e à internet banda larga.
Após o lançamento da carta, os ativistas da comunicação pretendem construir parcerias com outros setores para a promoção dos princípios do documento e divulgar o documento em debates e fóruns de discussão sobre as mídias e a internet livres, entre outras iniciativas.
Comunicadores, blogueiros e representantes de movimentos sociais de diversos países debateram, desde o dia 22 de março, a liberdade de expressão e o direito à comunicação na quarta edição do Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML) na Universidade El Manar. O FMML é um evento paralelo ao Fórum Social Mundial.
*Tijolaço
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