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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 28, 2015

EDUARDO CUNHA SE COMPLICA NA LAVA JATO.CIRO GOMES:”É PICARETA. ESTÁ ENROLADO ATÉ O GOGÓ”

complica
Ao apoiar a criação de uma nova CPI da Petrobras, Eduardo Cunha vai se transformando cada vez mais num adversário, de acordo com avaliação do Palácio do Planalto. Cunha queima pontes para um eventual acordo com o PT na reta final da disputa para a presidência da Câmara, que vai acontecer em 1º de fevereiro.
A defesa de uma CPI da Petrobras aumenta a rejeição da presidente Dilma Rousseff à candidatura de Cunha. Reforça a articulação do governo para tentar derrotá-lo e eleger o deputado federal Arlindo Chinaglia, do PT paulista, para o comando da Câmara.
Houve uma série de vazamentos da Operação Lava Jato. A imprensa faz o trabalho dela. Os vazamentos atingiram petistas e políticos de outros partidos, até da oposição. Quando vazou algo a respeito de Eduardo Cunha, ele atribuiu a uma intenção do governo de prejudicar a candidatura dele.
É uma avaliação que não se sustenta. O governo não tem tido controle sobre esse processo de investigação e é uma das vítimas de vazamentos da Lava Jato. O PT é o partido que mais apanha na Lava Jato. Essa alegação de Cunha faz parte da guerra política. É uma forma de defesa. Mas cujo efeito acirra a disputa entre Cunha e o Planalto.
Reservadamente, um ministro diz que seria menos perigoso ter Cunha como adversário no posto de líder do PMDB do que tê-lo como aliado na presidência da Câmara, porque o governo não confia nele. O dano que o peemedebista poderia causar ao governo seria maior na presidência da Câmara do que na liderança do PMDB. É a política como ela é.
veja o que Ciro Gomes fala sobre Eduardo Cunha:

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