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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 31, 2015

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que os médicos cubanos têm salvado muitas vidas em diversos países em desenvolvimento e que podem ensinar ao mundo como cuidar da saúde. Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/03/chefe-da-onu-elogia-medicos-de-cuba-e.html#ixzz3Vvh7AJgT

Chefe da ONU elogia médicos de Cuba e afirma que país pode ensinar ao mundo como cuidar da saúde

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Ban Ki-moon relata ter visto com os “próprios olhos” médicos cubanos salvando muitas vidas em lugares remotos e compartilhado a visão de “generosidade, solidariedade e cidadania global”

Por Bruno Barbosa 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que os médicos cubanos têm salvado muitas vidas em diversos países em desenvolvimento e que podem ensinar ao mundo como cuidar da saúde.
Ban destacou os “resultados excelentes” da atenção primária à saúde, base da medicina cubana que tem reduzido a mortalidade infantil, aumentado a expectativa de vida e oferecido cobertura universal.
Ao visitar a Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), em Havana, na terça-feira (28), o secretário-geral da ONU disse que tem visto com os “próprios olhos” que os médicos cubanos ou formados em Cuba são “operadores de milagres”. Segundo Ban, além de recuperar a visão de milhões de pessoas, compartilharam a visão de um mundo de “generosidade, solidariedade e cidadania global”.
O secretário-geral acrescentou que os médicos cubanos, por meio de uma longa história de cooperação Sul-Sul, estão presentes em comunidades remotas e difíceis, “nos bons e maus momentos – antes de catástrofes… ao longo das crises… e muito tempo depois de as tempestades passarem”. De acordo com Ban, eles têm sido fundamentais na redução do número de casos de cólera no Haiti.

Leia, abaixo, a íntegra em português do discurso do secretário-geral da ONU na ELAM:
“Obrigado por me receberem nesta escola extraordinária.
Há muitas coisas que eu poderia dizer aqui na ELAM, mas a mais importante é simplesmente muchas gracias[obrigado em espanhol].
Obrigado por suas contribuições excepcionais.
Obrigado por liderarem o caminho na cooperação Sul-Sul.
Obrigado por estarem na linha de frente da saúde global.
A ELAM faz mais do que formar médicos. Produz operadores de milagres.
Vi isso com meus próprios olhos.
Como secretário-geral das Nações Unidas, viajo para muitos lugares difíceis. Lugares desesperados duramente atingidos por terremotos, furacões e outros desastres naturais. Lugares remotos de profunda privação. Lugares esquecidos longe do radar de preocupações de muitas pessoas.
E tantas vezes nessas diferentes comunidades vi a mesma coisa.
Médicos de Cuba – ou médicos formados em Cuba ajudando e curando.
Muitas autoridades e ministros da Saúde que encontrei em países em desenvolvimento se formaram em Cuba – alguns, muitas décadas atrás. Isto mostra a longa história de cooperação de seu país.
Seus médicos estão com as comunidades nos bons e maus momentos – antes de catástrofes… ao longo das crises… e muito tempo depois de as tempestades passarem.
Eles são geralmente os primeiros a chegar e os últimos a partir.
Para aqueles estudantes que não podem vir para Cuba, vocês também estão ajudando a implementar escolas de medicina da Bolívia ao Timor-Leste, passando pela Eritreia.
A ELAM formou dezenas de milhares de estudantes, mas Cuba pode ensinar o mundo inteiro sobre cuidados de saúde.
Quero me juntar a tantos outros ao saudar o sistema de saúde de Cuba baseado na atenção primária à saúde que já rendeu resultados excelentes – menor mortalidade infantil, maior expectativa de vida, cobertura universal. Este é um modelo para muitos países em todo o mundo.
Em países como o Haiti, a Brigada Médica Cubana tem sido salva-vidas.
Como sabem, o Haiti está enfrentando muitos desafios, incluindo o cólera. Os médicos cubanos têm sido fundamentais para reduzir o número de casos de cólera no país.
No século 21, o cólera não deveria ser uma sentença de morte. É evitável e tratável – e os médicos formados aqui estão liderando o caminho.
E por meio de iniciativas como a Operación Milagro [Operação Milagre] – os médicos formados em Cuba salvaram ou melhoraram a visão de milhões de pessoas em dezenas de países.
Vocês os ajudaram a enxergar – mas também deram a visão de mundo – uma visão de generosidade, solidariedade e cidadania global.
Estou muito orgulhoso de ver isso com os meus próprios olhos. E agradeço a vocês por compartilharem isso com o mundo.
Muito obrigado.”
Para ler a versão em inglês, clique aqui.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/03/chefe-da-onu-elogia-medicos-de-cuba-e.html#ixzz3VvhBBqs1

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