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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 23, 2015

Sanções aos Estados Unidos JÁ!

Bundestag

Deputada alemã propõe introduzir sanções contra EUA e Reino Unido e não contra Rússia

© flickr.com/ Herman

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A deputada do Bundestag e vice-chefe do partido A Esquerda (Die Linke) Sahra Wagenknecht criticou duramente, no seu discurso no parlamento alemão, as autoridades da Alemanha e pessoalmente a chanceler Angela Merkel pela intenção de prolongar as sanções econômicas antirrussas.
Segundo a opinião da deputada, Merkel, seguindo a política norte-americana, empurra a Europa para uma longa confrontação com a Rússia, o que resultará numa nova Guerra Fria. 
“O objetivo principal dos EUA é destruir as relações entre a Alemanha e a Rússia, cuja união é a única força que pode ameaçar o domínio dos EUA”, frisou. 
A deputada também criticou a política estadunidense em relação à Ucrânia.
“Na sequência desta política, a Ucrânia perdeu a maior parte da sua indústria. Hoje este país está falido, as pessoas têm fome e frio, o salário médio é mais baixo do que no Gana, em África. A confrontação com a Rússia prejudica não só a Ucrânia, mas sim toda a Europa. Não é segredo que os EUA desencadearam o conflito com a Rússia inclusive por razões econômicas. Quando os norte-americanos falam de direitos humanos, começam também a falar sobre o direito de obter recursos naturais e, imaginem, na Ucrânia foram encontradas grandes reservas de gás de xisto”, manifestou Wagenknecht.     
Além disso, a deputada do Bundestag manifestou dúvidas sobre a capacidade das autoridades de Kiev de resolver o conflito no leste da Ucrânia de maneira pacífica e chamou as sanções antirrussas introduzidas pela União Europeia de “tiro no pé”. 
“Por que razão não surge nenhuma palavra de crítica da intenção das autoridades de Kiev de gastar neste ano quatro vezes mais dinheiro na compra de novas armas apesar da ameaça de quebra econômica? Além disso, será que a presença de instrutores norte-americanos e as vendas de armas [à Ucrânia] por parte dos EUA e Reino Unido pode ser interpretado como apoio à solução pacífica do conflito armado? Não querem introduzir sanções contra os EUA e Reino Unido? Eu acho que seria melhor reconsiderar a política de sanções e aceitar que tudo isso foi um grande erro e que a Europa deu um tiro no pé. É por esta razão que as sanções não devem ser prolongadas”, manifestou.
Ainda no ano passado, os Estados Unidos, a União Europeia e os seus aliados acusaram a Rússia de intervir no conflito ucraniano, inclusive prestando uma suposta assistência militar para os independentistas da região de Donbass, que haviam se insurgido por se recusarem a reconhecer a legitimidade do novo governo em Kiev.
Desde março de 2014, o Ocidente já impôs várias rodadas de sanções contra Moscou, visando não só indivíduos de alto escalão, mas também os setores bancários, de energia e de defesa da Rússia.


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