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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 04, 2015

Paulistão termina com novo protesto de santistas contra a Globo


Depois de uma semana repleta de reclamações, nos treinos e nas redes sociais, os torcedores do Santos se manifestaram mais uma vez contra a Rede Globo, desta vez no confronto decisivo do Campeonato Paulista, na Vila Belmiro. Do lado de fora, horas antes de a partida começar, o clima já era de hostilidade contra a detentora dos direitos de transmissão do estadual.
Nas arquibancadas, não foi diferente: “chupa, Rede Globo, é o meu Santos na final de novo”. A música também tinha sido cantada nos minutos finais do confronto contra o São Paulo, na semifinal.
Nesta edição da competição, o Santos teve apenas dois jogos transmitidos em TV aberta – o Palmeiras teve seis, o São Paulo, 11, e o Corinthians, 15.
A maior irritação da torcida e também da diretoria alvinegra aconteceu ainda nas quartas de final, quando a emissora transmitiu o filme Homem-Aranha em vez do duelo contra o XV de Piracicaba, ainda que o duelo tenha acontecido no horário tradicional, das 16h do domingo.
Naquela rodada, a Globo passou Corinthians e Ponte Preta, que foi no sábado.
Em uma coletiva de imprensa, o presidente Modesto Roma Jr. falou sobre o assunto, em tom de ironia.
“Não sei se vão passar Os Três Porquinhos ou Netuno, o Rei dos Mares na hora do jogo”, provocou o dirigente, aos risos, fazendo alusão ao símbolo do Verdão e à referência praiana do Santos.

Da espn: Depois de uma semana repleta de reclamações, nos treinos e nas redes sociais, os torcedores do Santos se manifestaram mais uma vez contra a Rede...
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