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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 23, 2015

MP investiga “Gladiadores do Altar” por homofobia e ofensa à religião afro. Limites da liberdade religiosa

MP investiga “Gladiadores do Altar” por homofobia e ofensa à religião afro. Limites da liberdade religiosa

Corumbá (MS). A Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos da comarca de Campo Grande por meio da promotora Jaceguara Dantas da Silva Passos, da 67ª Promotoria de Justiça, começou uma investigação de nº 18/2015 para apurar eventual ofensa à liberdade religiosa e suposta prática de homofobia e discriminação contra a população LGBT econtra as religiões de matrizes africanas de Campo Grande decorrente de publicações na página da rede social Facebook denominada “Gladiadores do Altar.
Vinculados a Igreja Universal do Reino de Deus que tem quase 8 milhões de membros, os “Gladiadores do Altar” foi criado em alguma das Igrejas da Universal e tem provocado polêmica por seu caráter militar. Fardamento, palavras de ordem, marcha ao estilo parada militar e coturnos são apresentados nos cultos e vídeos. Chamados de “Exército de Deus”, tem causado polêmica e alvo de diversas investigações por parte do Ministério Público Federal e Estadual em outros Estados.
Há uma página da rede social facebook denominada Gladiadores do Altar, inclusive com símbolo e uma espada atravessando o símbolo escrito GA. É possível verificar nesta página do facebook diversas mensagens referente a Igreja Universal contra as drogas. Também há divulgação de atividades e eventos da Igreja. Na data de hoje, 18, verificando a linha do tempo da página Gladiadores do Altar, não foi visto postagens ofensivas de caráter homofóbico ou contra igrejas de matrizes africanas. A notícia da investigação do MP saiu hoje, 18, no Diário Oficial do MP-MS e não foi divulgado da data da supostas ofensas que seriam sido praticadas na página do facebook.
Recentemente a Justiça Federal do Estado de São Paulo condenou a Rede Record e a extinta Rede Mulher, hoje, Record News, por ofenderem as religiões em programas exibido pelas emissoras. A decisão do juiz Djalma Moreiro Gomes, da 25º Vara Federal de São Paulo, e divulgada no mês de maio deste ano. Pela decisão, a Rede Record deveria dar direito de resposta ao Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira ( Intecab) e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (CEERT).
O movimento “Gladiadores do Altar” foi criado em janeiro deste ano e é alvo de constantes questionamentos pela forma militarizada, inclusive com uso de crianças e adolescentes no método militar, com marcha militar e palavras de ordem defendendo a crença, mas que pode alimentar intolerância, na visão de alguns.
Limites da liberdade religiosa
CAPITALDOPANTANAL.COM.BR
*casadeoxumare

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